O que este conteúdo fez por você?
- Para muitos gestores de carteira, quem é CLT e não usa décimo terceiro para aportar em PGBL perde eficiência nos investimentos
- Quem declara IR pela tabela completa tem despesas dedutíveis que superam 20% da renda bruta ou o limite de R$ 16.754 da tabela simplificada
- A alíquota regressiva reduz o imposto para apenas 10%, para resgastes após 10 anos, garantindo uma economia significativa de 17,5%
Final de ano é época de organizar as finanças, planejar o futuro e, para muitos brasileiros, decidir como aproveitar o 13º salário de forma estratégica. Entre as opções disponíveis, os planos de previdência privada PGBL e VGBL surgem como alternativas, não apenas para garantir uma aposentadoria mais tranquila, mas também para obter vantagens tributárias e financeiras.
Para muitos gestores de carteira, quem é CLT e não usa o benefício de final de ano para fazer o cálculo da sua renda tributável e aportar 12% em PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), por exemplo, perde eficiência financeira com enormes efeitos no longo prazo. “O PGBL e o VGBL são os veículos mais eficientes, em termos tributários, para acumular patrimônio”, diz Luiz Fernando Araújo, diretor de Investimentos da Finacap.
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Os planos PGBL e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) são voltados para diferentes perfis de investidores. No caso do PGBL, o benefício fiscal é o principal atrativo, já que permite deduzir até 12% da renda tributável na declaração de Imposto de Renda.
Para garantir o benefício, é preciso fazer o investimento até 31 de dezembro. É recomendável realizar o aporte no PGBL logo após o Natal, considerando o fechamento do ano fiscal e eventuais paralisações bancárias de final de ano.
Entendendo as vantagens do PGBL
“Se o contribuinte tem despesas dedutíveis relevantes, como dependentes e gastos com saúde, ou uma renda mais elevada, o PGBL é uma excelente opção”, ressalta Guilherme Almeida, especialista em educação financeira e economista da Suno Research.
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É comum identificar o benefício apenas para quem opta pelo modelo completo de declaração. Na Warren, a referência usada é a de rendas superiores aos R$ 140 mil anuais. Isso porque os 12% de contribuição em PGBL, que darão direito ao benefício de mesmo porte, ultrapassam o limite da tabela simplificada, tornando a tabela completa claramente mais vantajosa para esse público.
No geral, se a pessoa tem uma composição de despesas dedutíveis que superam 20% da renda bruta ou o limite de R$ 16.754 da tabela simplificada, é mais vantajoso optar pela tabela completa do Imposto de Renda. Nesse caso, contribuições para previdência, gastos com educação, saúde, pensão e outras despesas dedutíveis entram no cálculo.
Por exemplo, uma pessoa com renda bruta anual de R$ 1 milhão, ao usar a tabela simplificada, teria o abatimento limitado a R$ 16.754. “Isso seria muito menos vantajoso do que deduzir os 12% permitidos para aportes em PGBL, que somariam R$ 120 mil. Além disso, esse contribuinte poderia incluir outras despesas, como pensão, gastos médicos, aumentando ainda mais as deduções”, explica Danilo Carrilho, especialista em previdência e seguros na Warren.
A vantagem dos planos é o diferimento tributário
É importante lembrar que o benefício fiscal do PGBL não representa uma isenção de Imposto de Renda, mas sim um diferimento. No momento do resgate, o investidor terá de pagar o imposto sobre todo o montante investido, e não apenas sobre os rendimentos apurados. Mesmo assim, a vantagem é grande.
- Confira ainda: 7 ideias para fazer o 13º render muito além do final de ano
Isso porque o contribuinte reduz a base de cálculo do imposto agora, pagando menos imposto no presente, e posterga o pagamento para o futuro, no momento do resgate. “Por exemplo, ao deduzir 12% da renda tributável, a pessoa evita pagar até 27,5% de imposto sobre esse valor hoje, permitindo que esse montante permaneça investido e rendendo”, diz Carrilho.
Num resgate, após 10 anos, a alíquota regressiva reduz o imposto para apenas 10%, garantindo uma economia significativa de 17,5%. Mesmo com um prazo menor, acima de 4 anos, já é possível observar benefícios relevantes devido à queda gradual da alíquota. “Essa estratégia aumenta a capacidade de acumular capital, gerando ganhos maiores no longo prazo e criando um ciclo financeiro benéfico e eficiente”, completa o especialista da Warren.
Dando longo alcance ao 13º
O VGBL, por outro lado, é mais indicado para quem declara pelo modelo simplificado ou busca investir valores acima do limite dedutível do PGBL, já que não há a vantagem da dedução na declaração anual do IRPF.
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A vantagem nesse plano é que o imposto incide apenas sobre os rendimentos, pagos apenas no resgate. Após 10 anos, a alíquota também é reduzida para 10%, o que proporciona uma vantagem significativa no longo prazo. “O VGBL permite diferir o pagamento de impostos, funciona como se o investidor estivesse ’emprestando’ dinheiro do governo para investir”, define Luiz Fernando, da Finacap.
O diretor da Finacap ainda destaca outro benefício, principalmente para os mais velhos, a facilidade de sucessão patrimonial. “O VGBL não entra em inventário, o que significa economia em taxas como o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis). É um mecanismo eficiente tanto para acumular patrimônio quanto para garantir uma transição tranquila entre gerações.”
Tanto PGBL quanto VGBL oferecem vantagens estratégicas que vão além da aposentadoria. “São instrumentos que combinam planejamento tributário, sucessão patrimonial e diversificação de investimentos. No contexto atual, com tantas incertezas econômicas, aproveitar o 13º salário para investir em previdência é uma decisão inteligente e de longo alcance”, conclui Araújo.