No final do século XVII, um decreto singular transformou algo tão comum quanto os pelos faciais em um privilégio caro. Sob o comando do czar Pedro I, conhecido como Pedro, o Grande, a Rússia passou a cobrar um imposto de quem decidisse manter a barba, em uma tentativa de alinhar o país aos padrões culturais da Europa Ocidental.
Leia também
Segundo a Agência Brasil, a medida, instituída em 5 de setembro de 1698, fazia parte de um conjunto de reformas promovidas pelo czar para modernizar a sociedade russa.
Pedro I havia viajado pelo continente europeu e se impressionado com os avanços culturais e econômicos que observou. Entre as influências absorvidas, estava a ideia de que um rosto barbeado era sinônimo de civilidade e progresso.
Publicidade
O decreto não agradou a todos. Muitos homens, especialmente os ligados à Igreja Ortodoxa Russa, encaravam a barba como um símbolo sagrado de sua fé. Para esses religiosos, remover os pelos do rosto era um ato de heresia. Apesar da resistência, a imposição foi implementada, com fiscais espalhados pelo país para garantir o pagamento do tributo.
A situação chegava a extremos. Homens que aparecessem com barba na presença do imperador podiam ser forçados a se barbear imediatamente, com o próprio Pedro, o Grande, assumindo a função de barbeiro em algumas ocasiões. Relatos apontam que a pressa do monarca para impor a ordem resultava, por vezes, em pequenos acidentes com a navalha.
Quem optava por pagar o imposto recebia uma moeda de bronze como comprovante. O artefato trazia a imagem de uma barba e, frequentemente, era utilizado como medalhão por aqueles que queriam exibir o pagamento da taxa. O clero e os camponeses foram as únicas categorias poupadas da obrigatoriedade.
Colaborou: Gabrielly Bento.
Publicidade