O cenário para os fundos multimercado não deve se tornar fácil, mas os gestores do segmento historicamente navegaram bem em meio aos juros altos. Com isso, a projeção do Comitê de Política Monetária (Copom) de mais duas altas na taxa Selic, com os juros a 14,25% ao ano em março de 2025, pode ser positiva para o setor. A avaliação é de Eduardo Cubas, sócio e diretor de investimentos na Manchester Investimentos. Ele informa que a casa vê importância na manutenção dos multimercados a médio e longo prazo nas carteiras.
Cubas afirma que não é esperado que os fundos multimercados sofram como sofreram nos últimos 24 meses. Ele aponta ainda que no segundo semestre deste ano já houve relativa melhora. “É tímida, mas temos mais fundos rodando acima do CDI e esperamos que essa melhoria siga ao longo de 2025”, diz o diretor da assessoria ligada à XP.
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a rentabilidade média de todas as sete classes de fundos multimercados é positiva em 2024 e em 12 meses. Desde dezembro do ano passado, os destaques são dos multimercados classe livre (alta de 10,38% no período) e da classe juros e moedas (10,13%).
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Apesar do comunicado mais duro que o esperado ontem, a maior parte das casas de investimentos já estavam posicionadas para novas altas, de acordo com Cubas. “As carteiras já estavam relativamente posicionadas, com parcela bastante grande atrelada ao CDI e com prazos bastante encurtados.”
Os alocadores devem seguir a tendência dos últimos trimestres de ficar com uma fatia larga das carteiras na renda fixa. Mas sem aumentar o peso do segmento, que já está acima da média.
Cubas comenta ainda que o momento pede proximidade com os clientes. “As notícias de cunho político acabam movimentando bastante o noticiário, fazem com que os investidores fiquem bastante aflitos. A nossa recomendação é que os assessores entrem em contato com seus clientes para tranquilizá-los de que as carteiras já estão posicionadas para este cenário de forma geral.”
*Colaborou Karla Spotorno
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