O dólar hoje voltou a acelerar o ritmo de alta no início da tarde desta segunda-feira (16), subindo 0,64% a R$ 6,072 por volta das 14h30. O pregão é marcado por novos leilões de câmbio do Banco Central, que injetou cerca de US$ 4,6 bilhões em duas operações extraordinárias.
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A primeira, por volta das 09h40, foi um leilão à vista que vendeu US$ 1,628 bilhão em 18 propostas aceitas, com taxa de corte de R$ 6,040. O lote mínimo do certame foi de US$ 1 milhão. Depois, às 10h20, foi realizado um leilão de linha em uma oferta total de US$ 3 bilhões.
A autoridade monetária pode ter identificado redução da liquidez e necessidade de prover moeda para operações típicas de fim de ano, como remessas de dividendos pelas empresas com matriz no exterior. Na semana passada, o BC já havia feito outros leilões. Mas as operações só conseguiram segurar a cotação por certo período. Pela manhã, logo após o primeiro leilão, o dólar chegou a operar perto da estabilidade, com alta de 0,09% a R$ 6,040 às 09h50.
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Para Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, apesar das intervenções do Banco Central e das expectativas com o Federal Reserve, que decidirá sobre a taxa de juros dos EUA na quarta-feira (18), incertezas fiscais e juros futuros mantêm o dólar em alta e afastam investidores. “Essas operações, não realizadas desde agosto, refletem as preocupações do mercado com o cenário fiscal, marcado por incertezas sobre o compromisso do governo com as contas públicas e o andamento do pacote fiscal no Congresso. Os juros futuros continuam subindo, elevando os prêmios de risco e afastando investidores estrangeiros, o que pressiona ainda mais o dólar.”
A votação das medidas fiscais no Congresso e a deterioração das expectativas do mercado em relação à inflação e juros seguem pressionando os ativos brasileiros. O governo tem até a sexta-feira (20) para conseguir aprovar o pacote antes do recesso parlamentar.
O Boletim Focus desta segunda-feira trouxe uma piora nas expectativas para o câmbio. Agora, a mediana do mercado para o dólar ao final de 2024 subiu de R$ 5,95 para R$ 5,99. Há 4 semanas, a projeção era de R$ 5,60. A estimativa intermediária para o fim de 2025 aumentou de R$ 5,77 para R$ 5,85, na sétima alta seguida. A projeção para o fim de 2026 subiu de R$ 5,73 para R$ 5,80 e, para o fim de 2027, de R$ 5,69 para R$ 5,70.
Lá fora, o dólar oscila perto da estabilidade frente moedas rivais e em ligeira alta ante as principais divisas emergentes pares do real. Há expectativas de corte de 25 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve na quarta-feira (18) nos Estados Unidos.
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