Veja detalhes sobre a operação e cotação do dólar hoje. (Foto: Adobe Stock)
A cotação do dólar hoje abriu a sessão desta quarta-feira (22) com queda de 0,28%, a R$ 6,0140, e seguiu em tendência de baixa. As atenções do mercado ainda estavam voltadas ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, mas a leitura de que as medidas iniciais serão mais brandas do que o previsto ajudou a dar alívio no câmbio.
Na terça-feira (21), o Trump anunciou uma tarifa de 25% para a importação de produtos do Canadá e do México. Hoje, está no radar a possibilidade de um anúncio tarifário contra a China – a expectativa, no entanto, é de uma taxa de 10%, abaixo dos 60% prometidos na campanha.
Trump já avisou que há possibilidade de medidas mais severas, caso os Brics decidam abandonar o dólar como moeda de troca. Tarifas ao Brasil ainda são incógnitas, mas a Moody’s estima alíquota de 5%, e o Bradesco, de 10% a 25%.
Para Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, os ativos de risco estão se beneficiando do “benefício da dúvida” em relação ao novo mandato de Trump, assumindo que, na prática, a retórica vai ser mais firme do que as atitudes. “No Brasil, o mercado aguarda dados de arrecadação federal para um diagnóstico da situação fiscal do país, que continua sendo um dos grandes riscos para o real no curto prazo”, diz.
O dólar já vem de duas sessões seguidas de queda ante o real. Com o Congresso em recesso até fevereiro e sem novidades na área fiscal, o mercado local permanece com o calendário econômico reduzido, voltando sua atenção aos Estados Unidos e à volta de Trump à Casa Branca. “Há um entendimento de que a política tarifária do presidente norte-americano será implementada de forma gradual e que o Brasil, por ora, não é alvo deste movimento“, destaca Rodolpho Damasco, sócio e head do Private Offshore da Nomos Investimento.
Às 13h48, na mínima da sessão, o dólar à vista tinha queda de 1,72% ante o real, cotado a R$ 5,9165. Foi a menor cotação intradia – ou seja, registrada no meio de um pregão – desde 27 de novembro do ano passado. A moeda fechou em R$ 5,9465, em queda de 1,40%. Esse também é o valor de fechamento mais baixo desde novembro.
Na segunda-feira, 20, os investidores estrangeiros aportaram R$ 104,215 milhões na B3, acumulando uma entrada líquida de R$ 3,725 bilhões no mês.
Copom e fiscal no radar
A uma semana da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central inicia hoje o período de silêncio e nem mesmo o IPCA de dezembro, que sai na sexta-feira, deve alterar a aposta do mercado de mais uma alta de 100 pontos-base da Selic, como sinalizado pelo BC.
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Também no radar dos investidores do dólar, o Ministério da Fazenda estima que o pacote fiscal aprovado no fim do ano vai gerar uma economia de R$ 29,4 bilhões no orçamento deste ano. O dado foi enviado ao Broadcast e prevê o efeito para 2025 de cada medida aprovada. Até então, a pasta só havia divulgado, em dezembro, o impacto do pacote somado para 2025 e 2026, de R$ 69,8 bilhões, sem isolar na publicação os efeitos para cada ano. Segundo a tabela mais recente, em 2026, as medidas irão poupar R$ 40,3 bilhões aos cofres públicos.