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O Ibovespa hoje perdeu o tom positivo observado na manhã e fechou o dia em queda. O destaque do pregão foram as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Fórum Econômico Mundial em Davos. Nesta quinta-feira (23), o principal índice da B3 fechou a sessão em queda de 0,40% aos 122.483,32 pontos. Ao longo do dia, oscilou entre máxima a 123.958,44 pontos e mínima a 122.159,03 pontos, com volume negociado de R$ 19 bilhões.
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Os comentários de Trump, sugerindo aproximação entre ele e o presidente da China, Xi Jinping, ajudaram a aprofundar as perdas do dólar em comparação ao real. A moeda americana fechou em queda de 0,35% a R$ 5,9255, novamente abaixo de R$ 6, no menor nível de encerramento desde novembro.
Em participação virtual no Fórum Econômico Mundial em Davos, o republicano disse que a China pode ajudar o governo americano a interromper a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, referindo-se à influência de Pequim no conflito. O novo presidente dos Estados Unidos afirmou que abordou o conflito durante uma ligação com Xi Jinping. Trump ainda alegou que pretende ter uma boa relação com a China nos próximos anos de seu mandato.
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“Hoje a gente viu um movimento de aversão a risco em Bolsa e juros, enquanto houve uma tendência positiva para o dólar. Esperávamos novas indicações de Trump, mas ele deu sinais mais retóricos e abrangentes. Deu direcionamentos, mas sem novidades. Por mais que a fala tenha sigo agressiva, ele não apresentou medidas concretas, o que cria a sensação no mercado de que ele está mais flexível do que o esperado”, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Segundo ele, a Bolsa brasileira, nos últimos dias, têm tido “voos de galinha”, com ganhos baixos seguidos de perdas. Sem grandes sinalizações do governo federal, com o recesso parlamentar, nem medidas firmes em relação às contas públicas, a tendência é de que esse movimento continue.
As ações da Vale (VALE3), de maior peso para o Ibovespa, tiveram um novo pregão de queda e encerraram em baixa de 0,65%, com preocupações relacionadas à possibilidade de que Trump imponha uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da China. No exterior, o contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro da Bolsa chinesa de Dalian, para maio de 2025, fechou em alta de 0,44%, cotado a 801,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 110,19. Já em Cingapura, o minério para entrega em fevereiro de 2025 valorizou 0,33%.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,53%, 0,92%, 0,22%, respectivamente. O mercado acompanhou mais falas de Trump. O presidente dos Estados Unidos disse que conversará com o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no momento apropriado e que espera que o Banco Central americano o escute. “Quando os preços de energia caírem, nocautearão a inflação e derrubarão os juros”, afirmou durante assinatura de ordens executivas na Casa Branca.
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Na sexta-feira (24), a agenda doméstica deve ser mais movimentada, com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de janeiro. “Eu acho que amanhã é um dia em que a gente vai ter mais novidades por aqui com a divulgação do IPCA-15, que é o primeiro grande dado interno que sai depois de muitos dias com o mercado só de olho no governo Trump”, afirma Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
As três ações que mais valorizaram no dia foram Marfrig (MRFG3), Braskem (BRKM5) e Yduqs (YDUQ3).
As ações da Marfrig (MRFG3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, finalizando a sessão em valorização de 4,06% a R$ 15,64. Os papéis da empresa seguiram um movimento de recuperação após a queda observada no começo desta semana, quando sofreram com notícias sobre a gripe aviária nos Estados Unidos. Os ativos da companhia também foram impulsionados por um relatório do Goldman Sachs, que reiterou sua recomendação de compra para os papéis.
A MRFG3 está em baixa de 8,16% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 8,16%.
Os papéis da Braskem (BRKM5) também se destacaram positivamente no pregão, encerrando em alta de 3,56% a R$ 14,53. As ações ainda colheram os frutos do anúncio de sete projetos no valor estimado de R$ 614 milhões, para ampliar a capacidade atual de produção da petroquímica.
A BRKM5 está em alta de 25,47% no mês. No ano, acumula uma valorização de 25,47%.
Outro destaque positivo foi a Yduqs (YDUQ3), que avançou 2,76% a R$ 9,3, sem notícias específicas no radar dos investidores.
A YDUQ3 está em alta de 8,77% no mês. No ano, acumula uma valorização de 8,77%.
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Minerva (BEEF3), MRV (MRVE3) e GPA (PCAR3).
As ações da Minerva (BEEF3) lideraram as perdas do Ibovespa hoje e encerraram o dia em queda de 6,67% a R$ 4,48, estendendo o movimento de desvalorização da véspera, quando já haviam caído 3,42%.
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A BEEF3 está em baixa de 11,98% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,98%.
Outro destaque negativo foi a MRV (MRVE3), que cedeu 5,7% a R$ 5,13. Ao Broadcast, Rodrigo Brolo, sócio da AAX Investimentos, esclareceu que a ação ainda sofre com os números da prévia operacional apresentada na semana passada. “A ação está há dois meses basicamente lateral, sem tendência, com o mercado esperando números melhores para comprar uma valorização”, disse.
A MRVE3 está em baixa de 3,39% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 3,39%.
Na lista de principais baixas do Ibovespa hoje, também figuraram as ações do GPA (PCAR3), que cederam 5,57% a R$ 2,71, após o UBS BB rebaixar a recomendação da companhia de neutra para venda. A decisão acontece devido à piora das estimativas do banco para a empresa. Os analistas comentam que, embora as margens tenham melhorado, os altos custos de financiamento e passivos devem resultar em consumo do fluxo de caixa da varejista em mais de R$ 500 milhões em 2025.
A PCAR3 está em alta de 6,27% no mês. No ano, acumula uma valorização de 6,27%.
*Com Estadão Conteúdo
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