O fluxo de investidores estrangeiros na B3 fechou janeiro com um saldo positivo de R$ 6,82 bilhões – o melhor resultado desde agosto de 2024, quando atingiu R$ 10,01 bilhões. Os dados são de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.
O que chama a atenção no levantamento é que o volume de compras no mês foi de R$ 289,21 bilhões, o menor desde outubro do ano passado, enquanto as vendas somaram R$ 282,38 bilhões, o valor mais baixo desde setembro de 2024. Isso indica um menor volume negociado pelos estrangeiros, mas ainda assim com saldo positivo.
De acordo com Rivero, nos últimos três meses, não houve registro de entrada de recursos estrangeiros para IPOs (ofertas públicas iniciais) e follow ons (ofertas subsequentes de ações). Desde janeiro de 2024 até janeiro de 2025, apenas cinco meses apresentaram saldo positivo quando considerados esses aportes. “Se desconsiderarmos IPOs e follow ons, foram só quatro meses de entrada líquida de recursos”, destaca.
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Embora o fluxo estrangeiro tenha fechado no azul, a redução na movimentação total do mercado mostra que o apetite por risco ainda é cauteloso. Rivero reflete que a entrada de capital externo pode ser um reflexo do diferencial atrativo de juros entre Estados Unidos e Brasil.
Em janeiro, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve as taxas inalteradas, entre 4,25% e 4,5% ao ano. “A inflação diminuiu significativamente nos últimos dois anos, mas continua um pouco elevada em relação às nossas estimativas de meta de longo prazo de 2%”, disse Jerome Powell, presidente do Fed, em coletiva de imprensa para explicar a decisão.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por elevar a Selic em 1 ponto percentual para o patamar de 13,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado. O Copom projetou mais uma elevação de 1 ponto percentual da taxa básica de juros em março, mas não sinalizou quais serão os próximos passos em maio. Com uma taxa mais alta por aqui, os rendimentos dos ativos de renda fixa são impulsionados e o País se torna mais atrativo para o investidor estrangeiro.
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