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![Tradicionalmente, produtos típicos da folia registram altas de preços acima da inflação geral. Foto: AdobeStock](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2025/02/adobestock-4802220462_060220250847.jpg-710x473.webp)
O pré-Carnaval já anima as ruas de muitas cidades do País. A má notícia é que os preços relacionados à folia tendem a sofrer ajustes significativos, especialmente em estados do Nordeste, que anunciaram aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com os custos em alta, o planejamento financeiro se torna ainda mais importante para quem quer curtir sem comprometer o orçamento, advertem os especialistas.
No Maranhão, a alíquota subirá de 22% para 23% a partir de 23 de fevereiro; no Piauí, de 21% para 22,5% a partir de 1º de abril; e, no Rio Grande do Norte, de 18% para 20% a partir de 20 de março.
“Embora pareça um aumento pequeno (2 pontos percentuais), são cerca de 10% a mais na carga tributária anterior, pressionando os custos empresariais e os preços ao consumidor”, comenta Fabrício Tonegutti, advogado tributarista e diretor da Mix Fiscal.
- Leia mais: Especialista da Ágora mostra o passo a passo para sair do vermelho e organizar as finanças
No Carnaval é sempre mais caro
Além do aumento tributário, a demanda sazonal do Carnaval eleva a procura por bebidas, alimentos, passagens e hospedagem. Tradicionalmente, produtos típicos da folia registram altas de preços acima da inflação geral, que já está elevada, acima da meta em 4,8% em 12 meses, e com nível de dispersão também expressivo, atingindo vários produtos de consumo em alimentação e bebidas, transporte e vestuário.
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Segundo Tonegutti, no ano passado, as bebidas alcoólicas subiram em média 11,41%, com a cerveja ficando 5,29% mais cara que no ano anterior. Refrigerantes tiveram alta de 6,74%.
Desde o Carnaval pré-pandemia (2020), a cerveja consumida fora de casa acumulou cerca de 15% de inflação até 2023, enquanto a adquirida em mercados para consumo doméstico encareceu aproximadamente 24,5% no mesmo período. “Ou seja, a cada ano, os foliões vêm pagando mais caro para brindar e se alimentar durante a festa”, diz.
Driblando os aumentos
Apesar da carestia, é possível driblar os aumentos de preços. “Os consumidores podem adotar diversas estratégias para economizar com bebidas e outros itens que costumam ficar mais caros no Carnaval“, comenta Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP especialista em finanças comportamentais.
Ele cita algumas ideias como fazer compras em atacadistas para pagar menos, dividindo custos com amigos para obter preços melhores por volume. Uso de cashback e cupons em apps como Méliuz e Ifood também podem ser úteis. Patzlaff alerta para compras feitas em áreas turísticas e mercados próximos a festas, que geralmente são mais caros. “Prefira mercados em bairros residenciais”, diz.
Escolher bebidas mais baratas, como enlatadas em vez de coquetéis, ou prepará-las em casa para levar em térmicas, pode ser opção para quem realmente quer economizar. Para lanches, o melhor são as opções caseiras.
Veja a seguir outras dicas sobre como driblar a inflação e o aumento tributário durante os dias de diversão:
Planeje compras com antecedência
Adquira itens antes da folia para evitar preços inflacionados. Água, energéticos e bebidas alcoólicas são mais baratos em mercados do que nas ruas ou camarotes. Comprar antes do feriado garante economia. Se houver geladeira na hospedagem, estoque produtos para consumir antes de sair e reduzir gastos.
Pesquise e compare preços localmente
Evite comprar no primeiro local sem antes comparar valores. Pesquisas de Procon já identificaram variações de até 450% no preço da água entre vendedores próximos. Caminhar um pouco pode garantir economia em bebidas, comidas e lembranças. Essa variação extrema torna essencial avaliar preços antes de gastar.
Cuidado com “promoções” enganosas
Descontos do tipo “leve 3, pague 2” nem sempre são vantajosos. Sempre calcule o valor unitário e compare com outras lojas. Produtos perto do vencimento podem ter preços reduzidos, mas verifique a validade para evitar prejuízo. Não compre mais do que precisa apenas pelo desconto, evitando desperdício.
Evite armadilhas para turistas
Alguns locais cobram consumação mínima ou taxas indevidas pelo uso de mesas, o que é ilegal. Ambulantes podem vender bebidas falsificadas a preços baixos. Prefira fornecedores confiáveis e desconfie de ofertas muito baratas. Fique atento a cobranças indevidas e denuncie práticas abusivas.
Leve itens prioritários
Portar garrafinha de água e lanches reduz compras emergenciais a preços altos. Blocos de rua costumam permitir pequenas quantidades de bebida. Especialistas recomendam levar comida e bebida próprias para evitar gastos excessivos e garantir hidratação sem pagar caro. Pequenas prevenções fazem grande diferença.
Defina um orçamento e acompanhe os gastos
Estipule um limite diário para despesas no Carnaval e prefira dinheiro vivo ou cartões pré-pagos. Consultores financeiros recomendam registrar gastos para evitar surpresas. Receber notificações de cartão ajuda a controlar despesas e manter o orçamento equilibrado, garantindo diversão sem comprometer o restante do ano.
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