

O Ibovespa hoje fechou em alta, em dia de recuperação após as perdas recentes, com o mercado de olho nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Nesta terça-feira (25), a principal referência da B3 encerrou o pregão em valorização de 0,46% aos 125.979,50 pontos, depois de oscilar entre máxima a 126.717,95 pontos e mínima a 125.382,40 pontos. O volume negociado foi de R$ 21,7 bilhões.
O IPCA-15 de fevereiro ficou em 1,23%, uma alta de 1,12 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em janeiro, de 0,11%. O resultado, no entanto, veio 0,14 ponto porcentual abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava aceleração a 1,37%. O intervalo das expectativas, todas de alta, ia de 0,56% a 1,53%. Nesta matéria, analistas explicam como a inflação pode impactar os investimentos.
O mercado também esteve de olho em declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante sua participação no painel Cenário Econômico 2025 na CEO Conference 2025, organizada pelo BTG Pactual. Na ocasião, o ministro defendeu diversas vezes o equilíbrio das contas públicas. Ele reconheceu que há um engessamento real do orçamento e defendeu o arcabouço fiscal como instrumento para alcançar a sustentabilidade das contas públicas.
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“A Bolsa teve hoje um alívio notório, sinalizando um respiro no mercado. As declarações de Haddad sobre a situação fiscal impulsionaram os preços, ao afirmar que a agenda fiscal não pode perder seu ímpeto – um indicativo da preocupação do ministro com a sustentabilidade das contas públicas”, afirma João Victor Vieitez, analista da Aware Investments.
Entre as ações de maior peso para a carteira do Ibovespa, os papéis da Vale (VALE3) encerraram o dia em queda de 0,97%, acompanhando o desempenho negativo do minério de ferro no exterior. Quem também se saiu mal foram as ações da Petrobras (PETR3;PETR4): enquanto as ordinárias (PETR3) recuaram 0,86%, as preferenciais (PETR4) cederam 0,45%, em sintonia com a baixa dos contratos futuros de petróleo.
O setor financeiro, no entanto, saiu-se bem no pregão. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) puxaram os ganhos, em valorização de 1,51%, enquanto Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) avançaram 1,01% e 0,72%, respectivamente. Outro destaque positivo foi o Bradesco (BBDC3;BBDC4): os papéis ordinários subiram 0,84% e os preferenciais, 1,20%.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em queda de 0,03% a R$ 5,7542. “A queda na sessão ocorreu principalmente por fatores internacionais, destacando-se a divulgação do índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos, que recuou de 105,3 em janeiro para 98,3 em fevereiro, um declínio muito superior ao projetado pelo mercado. Esse resultado atuou como catalisador para a queda das bolsas de Nova York e para a expressiva redução dos rendimentos dos Treasuries (títulos públicos americanos) ao longo de toda a curva de juros, enfraquecendo o dólar em nível global”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
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Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq caíram 0,47% e 1,35%, respectivamente, enquanto Dow Jones subiu 0,37%. Entre os destaques corporativos, as ações da Tesla (TSLA) tombaram 8,39%, após a montadora de Elon Musk registrar uma queda de 45% nas vendas na Europa em janeiro, na comparação anual. A capitalização de mercado da companhia caiu abaixo de US$ 1 trilhão.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Magazine Luiza (MGLU3) e LWSA (LWSA3).
Azul (AZUL4): 8,47%, R$ 4,1
As ações da Azul (AZUL4) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, encerrando o pregão em valorização de 8,47% a R$ 4,1. Os papéis ampliaram os ganhos observados na véspera, quando já haviam saltado 4,13%.
A AZUL4 está em baixa de 10,87% no mês. No ano, acumula uma valorização de 15,82%.
Magazine Luiza (MGLU3): 7,42%, R$ 7,38
Outro destaque positivo foi o Magazine Luiza (MGLU3), que disparou 7,42% a R$ 7,38. Ações cíclicas, mais sensíveis aos ciclos econômicos, foram beneficiadas pelo alívio nas taxas mais curtas dos juros futuros.
A MGLU3 está em baixa de 1,07% no mês. No ano, acumula uma valorização de 13,54%.
LWSA (LWSA3): 7,14%, R$ 3
Na lista de maiores altas, estiveram ainda as ações da LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, que saltaram 7,14% a R$ 3, sem notícias específicas sobre a empresa no radar dos investidores.
A LWSA3 está em baixa de 10,71% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 9,64%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram MRV (MRVE3), Hapvida (HAPV3) e Yduqs (YDUQ3).
MRV (MRVE3): -4,67%, R$ 5,1
As ações da MRV (MRVE3) lideraram as perdas do Ibovespa hoje, encerrando o dia em baixa de 4,67% a R$ 5,1, após a empresa ter divulgado o seu balanço trimestral.
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A MRVE3 está em baixa de 9,57% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 3,95%.
Hapvida (HAPV3): -4,48%, R$ 2,13
Quem também se saiu mal foi a Hapvida (HAPV3), que cedeu 4,48% a R$ 2,13, sem gatilhos específicos no radar.
A HAPV3 está em baixa de 11,98% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,48%.
Yduqs (YDUQ3): -4,42%, R$ 10,82
As ações da Yduqs (YDUQ3) também sofreram no pregão, terminando o dia em queda de 4,42% a R$ 10,82. O IPCA-15 mostrou que o grupo de educação teve a maior variação de fevereiro, subindo 4,78%.
A YDUQ3 está em alta de 5,56% no mês. No ano, acumula uma valorização de 26,55%.
*Com Estadão Conteúdo
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