

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira (17), seguindo a recuperação vista na sexta-feira (14), em meio a declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que minimizou a recente queda que apagou trilhões de dólares no mercado acionário. A retomada ainda ocorre mesmo com a constante ameaça tarifária de Donald Trump. Wall Street iniciou o pregão em queda, após dados de vendas no varejo e da atividade industrial dos EUA ficarem abaixo das expectativas, mas logo se recuperou e permaneceu no território positivo durante todo o dia.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,85%, a 41.841,63 pontos. O S&P 500 terminou a sessão com avanço de 0,64%, aos 5.675,12 pontos. O Nasdaq fechou com ganho de 0,31%, aos 17.808,66 pontos. As cotações são preliminares.
Em entrevista à NBC, Bessent afirmou estar “no ramo de investimentos há 35 anos e posso afirmar que correções são saudáveis. Elas são normais”, comentando sobre as quedas recentes nos índices de Nova York. O secretário ainda declarou não haver “garantias” de que o país evitará uma recessão.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O presidente dos EUA reiterou ontem à noite que avançará com as tarifas recíprocas sobre produtos importados a partir de 2 de abril, apesar do nervosismo em torno dos impactos econômicos da medida.
Ganhos de mais de 3% da Walmart e Travelers ajudaram a dar suporte ao Dow Jones.
A Tesla caiu 4,8%, após uma alta de quase 4% na sexta-feira (14), devido às atividades políticas de Elon Musk no governo Trump.
Já a Intel subiu 6,8% após relatos sobre novos semicondutores para servidores de inteligência artificial (IA). Em contrapartida, a Nvidia recuou 1,7% com o início de um evento onde se aguardam anúncios sobre novas versões de seus chips de IA.
Publicidade
A Boeing avançou 0,02%, após ampliar suas entregas de aeronaves no primeiro bimestre do ano, reforçando sua estratégia de estabilização de entregas ao longo do ano.
Por fim, a Affirm Holdings caiu 4,2% após a Klarna anunciar que se tornaria a fornecedora exclusiva de empréstimos “compre agora, pague depois” para o Walmart, serviço anteriormente exclusivo da Affirm.
Juros dos EUA operam divergentes
Os rendimentos dos Treasuries operavam sem direção única no final da tarde desta segunda-feira (17), com alta na ponta curta e queda na longa. No radar dos investidores, está a decisão de juros do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira (19), principal evento da semana. O mercado também repercute declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que ontem sinalizou uma possível desaceleração do crescimento econômico.
Neste fim de tarde, o juro da T-note de 2 anos avançava a 4,052%, o rendimento de 10 anos recuava a 4,301% e a taxa da T-bond de 30 anos cedia a 4,597%.
O mercado espera que o Banco Central dos EUA mantenha os juros inalterados nesta semana, diante das incertezas sobre os efeitos da política tarifária do governo de Donald Trump. O republicano reiterou a intenção de implementar tarifas recíprocas sobre produtos importados pelos EUA a partir de 2 de abril, apesar das preocupações com os possíveis impactos econômicos da medida.
Publicidade
Pela manhã, os rendimentos reduziram o ritmo de queda após a divulgação de dados de vendas no varejo e da atividade industrial dos EUA, ambos abaixo das expectativas. A Pantheon alerta para o risco de um crescimento econômico mais fraco nos EUA, impulsionado pelas crescentes preocupações com a segurança no emprego. A consultoria acredita que o Fed cortará 75 pontos-base nas taxas de juros neste ano. Por outro lado, a Capital Economics prevê que o BC americano manterá as taxas inalteradas em 2025, “continuando com sua visão de que não há pressa para cortar as taxas de juros novamente”.
Em relatório divulgado hoje, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) pontua que a política tarifária de Trump colocou o mundo em rota de menor crescimento e maior inflação, o que pode exigir dos bancos centrais manter juros altos por mais tempo.
No cenário geopolítico, o presidente dos EUA conversará amanhã com Vladimir Putin, em meio às negociações para o fim da guerra na Ucrânia. A chefe de Relações Exteriores da UE, Kaja Kallas, afirmou que Moscou não demonstra compromisso real com a paz. Com as tensões em alta, russos e ucranianos intensificaram os ataques aéreos no fim de semana.
Moedas globais: dólar opera em queda
O dólar operou em queda frente a outras moedas fortes nesta segunda-feira (17), pressionado por falas do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmou não haver “garantias” de que o país evitará uma recessão. Investidores monitoram as tensões na Ucrânia e em Gaza, além dos impactos econômicos das tarifas de Donald Trump. Pela manhã, dados de vendas no varejo e da indústria dos EUA deram leve suporte à moeda, mas o movimento não se sustentou. No radar do mercado, está a decisão de juros do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira (19), que deve seguir com a manutenção das taxas.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,34%, a 103,370 pontos, com a moeda americana subindo a 149,23 ienes. O euro avançou a US$ 1,0922 e a libra esterlina subiu a US$ 1,2994.
Publicidade
Em entrevista à NBC News, Bessent minimizou a recente queda que eliminou trilhões de dólares de valor do mercado acionário e disse que correções são saudáveis.
No cenário geopolítico, Trump conversará amanhã com Vladimir Putin em meio às negociações para o fim da guerra na Ucrânia. A chefe de Relações Exteriores da UE, Kaja Kallas, afirmou que Moscou não demonstra compromisso real com a paz. No fim de semana, russos e ucranianos intensificaram ataques aéreos.
O republicano também reafirmou que pretende avançar com as tarifas recíprocas sobre produtos importados pelos EUA a partir de 2 de abril.
Para Robin Brooks, do Brookings Institute, o “ruído sobre tarifas” pesa na fraqueza do dólar, afetando o sentimento do mercado. No entanto, “os dados concretos – como as vendas no varejo dos EUA divulgadas hoje – são sólidos e não indicam recessão”. Segundo ele, o pessimismo com a moeda americana é “exagerado”.
Publicidade
Do lado do euro, o membro do conselho de governadores do Banco Central Europeu e presidente do BC da Grécia, Yannis Stournaras, repetiu que sua expectativa é que a taxa terminal de juros atinja 2% até o 4º trimestre deste ano.
Além do Fed, investidores monitoram reuniões dos BCs do Japão, China, Inglaterra, África do Sul e Rússia até sexta-feira (21).
Bitcoin opera em alta
O bitcoin operava em alta no fim de tarde desta segunda-feira (17), com investidores de olho na decisão da taxa de juro pelo Federal Reserve (Fed), que será anunciada nesta quarta-feira (19). O mercado de risco também digere falas de ontem do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmou não haver “garantias” de que o país passará ileso, sem uma recessão econômica.
Por volta das 15h55 (horário de Brasília), o bitcoin subia 1,02%, cotado a US$ 84.507,06, enquanto o ethereum avançava 2,85%, sendo negociado a US$ 1.947,87, segundo a Binance.
Em entrevista à NBC News, Bessent destacou que não está preocupado com a recente queda que apagou trilhões de dólares do mercado acionário. “Estou no ramo de investimentos há 35 anos e posso afirmar que correções são saudáveis. Elas são normais.”
Publicidade
Pela manhã, o CEO da Strategy, Michael Saylor, revelou que a empresa adquiriu 130 bitcoins por cerca de US$ 10,7 milhões, ou US$ 82.891 cada. Com essa compra, a Strategy agora detém 499.226 bitcoins, que totalizaram um investimento de US$ 33,1 bilhões, ou US$ 66.360 por unidade da criptomoeda.
Os contratos futuros de Solana começaram a ser negociados hoje na Chicago Mercantile Exchange (CME). A introdução desses contratos oferece aos investidores a possibilidade de especular sobre o preço futuro da criptomoeda.
Nas redes sociais, traders repercutiram a decisão do Banco da Coreia (BoK, na sigla em inglês) de descartar, ontem, a inclusão do bitcoin em suas reservas de câmbio. Segundo a Yonhap, a autoridade monetária coreana justificou a decisão com base na alta volatilidade do bitcoin, o que poderia aumentar os custos de transações e representar um risco para suas reservas.
Para Ana de Mattos, analista técnica da Ripio, se o bitcoin mantiver a “força compradora”, a criptomoeda pode testar a resistência de US$ 88.620. Caso essa barreira seja superada, o próximo alvo de médio prazo seria a faixa de US$ 94.840. No entanto, se não conseguir ultrapassar essas resistências, o bitcoin pode buscar suportes em US$ 79.700 e US$ 75.900.