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Santander incorpora R$ 25 bi de auxílio e eleva projeção de déficit primário a R$ 255 bi

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  • Esses gastos sociais, segundo o banco, ocorreriam "fora do teto constitucional este ano (via créditos extraordinários), compensados por reformas que neutralizem o impacto intertemporal sobre a dívida pública, e favoreçam a execução do teto de gastos até 2024"

(Estadão Conteúdo) – Em revisão de cenário divulgada ontem, o Santander incorporou ao seu cenário-base a “possível” reintrodução do auxílio emergencial, antecipando um valor de R$ 25 bilhões para quatro meses, atingindo 30 milhões de pessoas não incluídas no Bolsa Família, em sua maioria trabalhadores informais ou desempregados.

Esses gastos sociais, segundo o banco, ocorreriam “fora do teto constitucional este ano (via créditos extraordinários), compensados por reformas que neutralizem o impacto intertemporal sobre a dívida pública, e favoreçam a execução do teto de gastos até 2024”. “Esperamos que essa prorrogação tenha como contrapartida a aprovação e acionamento de gatilhos fiscais para compensar o aumento das despesas e não afetar a perspectiva de trajetória da dívida.

Tal alteração tornaria possível o cumprimento da regra do teto até 2024. Sem esses gatilhos, estimamos que o governo só conseguiria manter gasto abaixo do teto até 2022, e com muito esforço”, diz o Santander em texto com o título “A persistência dos riscos (fiscais)”. Em 2021, o banco avalia que a perspectiva continua desafiadora, e o País “caminhará em gelo fino para evitar uma nova deterioração (e manter a credibilidade) nas perspectivas de consolidação fiscal”. “Por um lado, estimamos uma insuficiência para a execução do teto de gastos de R$ 14,0 bilhões em 2021.

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Acreditamos que o cumprimento da regra fiscal continua viável; no entanto, isso exigirá uma grande dose de disciplina fiscal. Por outro lado, esperamos intensa pressão política para aumentar as transferências de renda”. O Santander elevou a projeção de déficit primário do governo central em 2021 para R$ 255 bilhões (3,2% do PIB), ante R$ 237 bilhões no cenário anterior (-R$25 bilhões da reintrodução do auxílio e + R$ 7 bilhões na revisão das receitas). Por sua vez, o superávit de governos regionais passou para +R$ 5 bilhões (de -R$13 bilhões).

Já a projeção para o déficit consolidado foi mantida em R$ 250 bilhões (ou 3,1% do PIB) em 2021. “Para 2022 em diante, continuamos esperando que os déficits primários se reduzam gradualmente, inclusive com efeitos crescentes de economias geradas pela reforma previdenciária. Além disso, a dívida bruta deverá atingir 89,1% do PIB em 2021, virtualmente estável em comparação a 2020. Esperamos que este indicador atinja um pico em 2027 a 98% do PIB, ~ 20 p.p. superior à estimativa pré-pandemia. Posteriormente, nosso cenário estima convergência para ~ 92% do PIB até 2035”, conclui.

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