

O Ibovespa hoje abriu em queda de 0,45%, aos 131.750 pontos nesta segunda-feira (24), na contramão do índice futuro. Às 11h46, o índice mostrava leve recuo de 0,04%, aos 132.292 pontos. O mercado acompanha novas projeções do boletim Focus.
A alta dos índices acionários internacionais do Ocidente e das commodities pode ser insuficiente para empolgar o principal índice da B3 hoje, após a valorização de 2,63% na semana passada. O temor renovado com o quadro fiscal brasileiro pode abrir espaço para um ajuste nesta sessão, assim como o avanço dos juros futuros e do dólar – veja aqui detalhes da cotação da moeda.
Nesta manhã, os índices futuros das bolsas em Nova York apresentam elevações firmes, impulsionados pela esperança de que o plano de tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seja menos agressivo do que o temido. O governo brasileiro afirmou que aguardará até o próximo dia 2 para decidir como agir, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin.
No Boletim Focus, a estimativa intermediária para o IPCA de 2025 arrefeceu pela segunda semana seguida, de 5,66% para 5,65%. Ainda assim, o índice permanece 1,15 ponto percentual acima do teto da meta de 4,50%.
“A mediana das expectativas para o inflação em 2025 teve mais uma ligeira baixa, mas a mediana para 2026 voltou a subir, para 4,5%, reforçando o cenário de distanciamento das expectativas em relação à meta de 3%”, alerta Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em relatório.
Na sexta-feira (21), o Ibovespa subiu 0,30% e encerrou aos 132.344,88 pontos. “Investidores voltaram a comprar pechinchas, notadamente os estrangeiros, e as commodities também retomaram o processo de alta, apesar das incertezas reinantes no mundo”, diz Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, em nota.
Além disso, a agenda da semana requer cautela. Ao longo da semana, haverá a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de fevereiro. No Brasil, os eventos incluem a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de março.
- Confira aqui a agenda econômica das empresas nesta segunda-feira
Ibovespa hoje: assuntos que movimentam a segunda-feira
Bolsas internacionais reagem a PMIs e tarifas de Trump
Os futuros de Nova York têm alta firme nesta manhã, enquanto na Europa o fôlego é menor em meio a índices de gerentes de compras (PMIs) da região. O euro reduziu ganhos após os PMIs mistos da zona do euro e da Alemanha, com queda em serviços e avanço no setor industrial. No Reino Unido, o PMI industrial caiu ao menor nível em 18 meses, mas o de serviços subiu ao maior patamar em sete meses.
Assessores do presidente dos EUA, Donald Trump, afirmam que o mandatário planeja para 2 de abril — chamado de “Liberation Day” (Dia da Libertação) — um anúncio de tarifas contra blocos ou nações de forma mais direcionada do que vem sendo feito. A expectativa é que as tarifas tenham aplicação imediata. Tarifas para setores de automóveis, semicondutores e remédios podem não ser anunciadas nessa data.
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No Japão, o ministro das Finanças, Katsunobu Kato, disse que pode tomar medidas apropriadas caso haja movimentos excessivos na cotação do iene.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem nesta segunda-feira, sugerindo que Wall Street irá manter o tom positivo do fim da semana passada. O dólar hoje opera em baixa frente ao euro e à libra, mas se fortalece em relação ao iene.
Boletim Focus: o que esperar da inflação e juros?
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira (24), os principais indicadores econômicos, como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic – veja todos os detalhes aqui.
As projeções do relatório Focus para o IPCA, em 2025, suavizaram levemente de 5,66% para 5,65%, mas ainda acima do teto da meta (4,50%). Para 2026, a expectativa da inflação passou de 4,48% a 4,50%. Em 2027, as apostas seguiram em 4,00%, e em 2028, ficaram em 3,78%.
As perspectivas do boletim Focus para a Selic seguiram em 15% em 2025, e 12,50% em 2026. Para cenários mais longos, ficaram em 10,50% em 2027, e 10% em 2028.
Commodities: petróleo e minério avançam
O petróleo sobe moderadamente, estendendo ganhos acumulados nas duas últimas semanas. No início da manhã, o barril do petróleo WTI para maio subia 0,24%, enquanto o do Brent para junho avançava 0,23%.
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Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 2,43%, cotado a 779,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 107,52 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,40% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10h05 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 0,51% no mesmo horário.
O que esperar para o Ibovespa hoje?
Os ativos brasileiros hoje podem ficar mais sintonizados com o exterior, em dia de agenda mais fraca. O tom positivo em Nova York pode beneficiar o Índice Bovespa hoje.
O dólar mais fraco ante moedas emergentes pode ser um bom sinal para o real. Ao longo da semana, o IPCA-15 e o RPM podem trazer ajustes à curva de juros.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na sexta-feira (21) que o projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil pode ser aprovado pelo Congresso. O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, afirmou que as medidas de crédito, somadas às propostas em tramitação no Congresso que o Executivo quer destravar, têm o potencial de reduzir em um terço a taxa média de juros cobrada das famílias do País. Esses e outros assuntos ficam no radar do Ibovespa hoje.
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*Com informações do Broadcast