

Enquanto ações de montadoras de veículos afundam em todo o mundo com as novas tarifas anunciadas por Donald Trump, os papéis da Tesla (TSLA) escapam do movimento de perdas e sobem na sessão. Às 14h36 desta quinta-feira (27), os ativos da empresa avançam 1,34% cotados a R$ 275,70, depois de já terem oscilado entre máxima a US$ 291,85 e mínima a US$ 271,82. Mais cedo, chegaram a saltar 4%. As ações da Tesla fecharam em alta de 0,39%.
As bolsas de Nova York fecharam o pregão desta quinta-feira em queda, com os investidores avaliando o impacto das novas tarifas de 25% sobre a importação de automóveis, anunciadas pelo presidente Donald Trump. O Dow Jones recuou 0,37%, aos 42.299,70 pontos. O S&P 500 caiu 0,33%, para 5.693,31 pontos, enquanto o Nasdaq teve queda de 0,53%, encerrando a 17.804,03 pontos. Os dados são preliminares.
Trump anunciou na quarta-feira (26) uma tarifa de 25% sobre automóveis fabricados no exterior e enviados para os Estados Unidos. A taxa entrará em vigor em 3 de abril e será aplicada a veículos de passeio importados (sedãs, utilitários esportivos, crossovers, minivans, vans de carga) e caminhões leves. Peças automotivas essenciais, como motores, transmissões, peças de trem de força e componentes elétricos, também devem ser atingidas pelas taxas.
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A Tesla, no entanto, é uma das poucas empresas que pode sair ilesa das novas medidas, já que fabrica seus caros nos Estados Unidos, nos estados de Califórnia e Texas, conforme mostra esta reportagem veiculada pelo Estadão. Isso significa que os veículos da empresa de Elon Musk não estarão sujeitos a tarifas sobre os carros fabricados, embora a companhia ainda veja seus custos de produção aumentarem devido às taxas sobre peças importadas.
Esse fator ajuda a explicar o motivo das ações estarem em alta nesta quinta-feira. “A empresa foi considerada a grande vencedora nessa questão das tarifas, porque a maior parte dos seus veículos são produzidos nos EUA. Mas há peças do próprio carro da Tesla que vêm de outros lugares, como suas baterias de lítio”, afirma William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.
Por outro lado, empresas que têm uma parte importante dos seus carros sendo produzidos fora dos Estados Unidos devem ser mais afetadas, pois tendem a ajustar os impactos das taxas em seus preços, o que pode torná-las menos competitivas que a Tesla.
Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, reforça que a companhia de Musk também tem passado por fortes oscilações nos pregões. “A TSLA está altamente volátil, só ontem caiu 10%. Tem sido um papel muito mais especulativo do que baseado nos fundamentos da companhia”, diz.
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Enquanto a Tesla subiu, no exterior, as ações da General Motors Company afundaram 7,36%, cotadas a US$ 47,20. Já Volkswagen, BWM e Mercedes Benz Group registraram perdas de 1,26%, 2,55% e 2,69%, respectivamente. A Stellantis perdeu mais de 1% e a Ford caiu 3,88%. No Japão e Coreia do Sul, as bolsas foram pressionados pela forte queda de montadoras como Mazda (-6%), Subaru (-5%), Hyundai (-4,3%) e Kia (-3,5%).
* Com informações do Broadcast