

As ações da CVC (CVCB3) tiveram um dia de forte oscilação na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (27). Depois de chegarem a subir mais de 6% e alcançarem máxima a R$ 2,49, os papéis da empresa encerraram o dia em queda de 2,58% a R$ 2,27, sofrendo a segunda maior baixa do Ibovespa no pregão.
O movimento ocorreu após a empresa divulgar o seu balanço do quarto trimestre de 2024, quando reportou um lucro líquido ajustado de R$ 8,5 milhões, revertendo prejuízo ajustado de R$ 15,4 milhões apurado em igual intervalo de 2023. Já o indicador sem ajuste registrou prejuízo líquido de R$ 61,2 milhões, melhora de 17,8% na mesma base de comparação. Grandes casas do mercado viram os números de foram mista.
Para o Itaú BBA, os resultados foram positivos e mostraram uma sólida melhora sequencial nas tendências de reservas consolidadas. Entre os destaques, o banco cita o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que somou R$ 108,1 milhões entre outubro e dezembro, alta anual de 25,1%, impulsionada por despesas gerais e administrativas melhores do que o esperado.
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“O quarto trimestre de 2024 marcou um retorno ao crescimento das reservas confirmadas de forma consolidada e esperamos que essa tendência se acelere no primeiro trimestre de 2025, considerando bases de comparação mais fáceis tanto no Brasil quanto na Argentina. Neste ano, acreditamos que os investidores estarão focados em saber se a CVC conseguirá crescer enquanto gera fluxo de caixa livre positivo e reduz sua alavancagem. Caso consiga, as ações da CVC podem ter um bom desempenho a partir daqui”, afirma o BBA.
O banco pontua, no entanto, que o recente comportamento do preço da CVCB3 tem sido impulsionado muito mais por fatores macroeconômicos do que por dinâmicas internas. Isso se explica tanto pela natureza discricionária (segmento que vende itens considerados não essenciais) do setor em que a empresa opera quanto pela sua ainda elevada posição de alavancagem, na visão dos analistas.
“Dito isso, acreditamos que, se um cenário macroeconômico mais favorável se concretizar — refletindo em uma curva de juros de longo prazo mais estreita — junto com uma forte execução interna, caracterizada por crescimento sólido, expansão do Ebitda, geração de fluxo de caixa livre e consequente desalavancagem, a CVC pode se destacar ao longo do ano”, destaca a casa, que tem recomendação outperform (equivalente à compra) para a empresa, com preço-alvo de R$ 5,10.
Na avaliação do BTG Pactual, os resultados da CVC apresentaram sólido crescimento de vendas no Brasil e melhora na rentabilidade, mas um fluxo de caixa operacional fraco após investimentos (capex). “O fluxo de caixa livre continua como um ponto de preocupação”, ressalta o banco.
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O BTG entende, porém, que a empresa tem se beneficiado da recuperação da demanda por viagens e da sua forte relação de longo prazo com o setor hoteleiro e as companhias aéreas. “Embora vejamos com bons olhos a recuperação em andamento, mantemos uma visão neutra para a ação devido aos grandes desafios à frente, como a necessidade de desalavancagem e a concorrência crescente com agências de viagens on-line”, pontua o banco, que tem preço-alvo de R$ 3 para CVC.