

O dólar hoje fechou a sessão desta segunda-feira (7) com alta de 1,30%, a R$ 5,9106. É a primeira vez que a cotação rompe os R$ 5,90 desde o fechamento de fevereiro. O temor de uma recessão global, que pesa sobre os mercados de investimentos desde que o presidente americano Donald Trump anunciou o pacote de tarifas recíprocas, continua a impactar o câmbio. A queda das commodities no exterior também joga contra moedas emergentes, como o real.
Por volta das 11h20, os mercados globais deram um repique, com as Bolsas de NY e o Ibovespa passando a operar no positivo, após circularem notícias de que Trump estaria disposto a adiar o tarifaço por 90 dias a todos os países, com exceção da China. O boato fez o dólar passar a cair, chegando à queda pontual de 0,31% ante o real, a R$ 5,81. A porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt, classificou a informação, que circulava entre traders pelo mundo, como “fake news”.
Como não houve confirmação, a moeda americana voltou a subir. O pregão desta segunda marca mais um dia de crash global nos mercados de investimento. Depois das perdas expressivas da última semana, as Bolsas de Valores globais operam em queda nesta segunda-feira. Na Ásia, o mercado de Hong Kong teve sua maior queda diária desde 1997, enquanto a Bolsa do Japão acionou o circuit breaker.
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Havia certa expectativa de que, com as quedas no mercado americano, Trump recuasse do tarifaço no fim de semana. Mas isso não aconteceu. “Não quebrei o mercado de propósito. Não quero que nada caia, mas, às vezes, é preciso tomar remédios para consertar alguma coisa”, disse a repórteres no domingo (6).
O presidente dos EUA não só não voltou atrás, como elevou o tom contra a China, único país até agora a anunciar uma retaliação ao tarifaço. Trump deu prazo até a terça-feira (8) para que o gigante asiático retire as tarifas de 34% que impôs sobre produtos americanos; do contrário, prometeu tarifas adicionais de 50% a importações chinesas.
“O cenário em torno do escopo das políticas tarifárias vem se desdobrando entre países que pretendem iniciar negociações com os Estados Unidos e aqueles que irão optar por retaliar as tarifas impostas — sendo o caso mais notável o da China”, destaca Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. Essa possível escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou um aumento na aversão ao risco nos mercados, o que afetou particularmente as moedas de países emergentes.”
Apesar da maré negativa, o Boletim Focus desta segunda-feira trouxe uma redução na projeção para o dólar ao final de 2025 pela quarta semana consecutiva. A estimativa caiu de R$ 5,92 para R$ 5,90; há um mês, era de R$ 5,99.
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