

A agenda econômica desta terça-feira (8) concentra atenções em novos desdobramentos da guerra das tarifas. Os dados fiscais do setor público consolidado em fevereiro no país também serão analisados no mercado financeiro hoje.
Ainda na agenda econômica hoje, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa de reunião da CPI das Bets. Os diretores do BC Diogo Guilhen (Política Econômica), Nilton David (Política Monetária) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) participam da 99ª Reunião Trimestral com economistas, em São Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participam de evento do setor de Construção Civil em São Paulo e Haddad falará também em fórum de investimentos promovido pelo Bradesco BBI.
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Tesouro realiza leilões de venda de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e de Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
No exterior, a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de São Francisco, Mary Daly, participa de evento. O dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Piero Cipollone, fala em audiência, e a presidente para Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE), Clare Lombardelli, discursa.
Mercado financeiro hoje: o que acompanhar nesta terça-feira
Tarifas dos EUA: como estão as bolsas internacionais
As bolsas globais passam por uma correção técnica impulsionadas pela busca por ações baratas após o pânico nos mercados nos últimos três pregões, causado pelos temores de recessão mundial com a guerra comercial.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) caem novamente após a China ameaçar intensificar as retaliações se Donald Trump seguir com a nova alíquota de 50% sobre as tarifas já previstas.
Caso a China não retire a tarifa recíproca de 34% anunciada na semana passada, as sobretaxas comerciais podem chegar a 104%, incluindo os 20% aplicados em março pelos EUA por causa da exportação de fentanil. Trump deu até às 13h desta terça-feira para a China remover a tarifa, mas o país afirmou que tomará “contramedidas resolutas” caso a ameaça se concretize.
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A Comissão Europeia diz que contramedidas comerciais aos EUA entram em vigor a partir de 15 de abril. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que os EUA estão em um “cenário quase inédito” em que os dados econômicos sólidos parecem positivos, mas muitas incertezas persistem com as tarifas.
Commodities: petróleo sobe, minério cai
O petróleo opera em alta modesta, em recuperação de fortes perdas recentes. Mesmo assim, os preços da commodity podem não sustentar a alta e mostram fôlego curto pela “frágil calma nos mercados financeiros” e início de negociações entre EUA e Irã, além do aumento da presença militar americana no Oriente Médio. Às 7h46 (de Brasília), o petróleo WTI para maio subia 0,35%, a US$ 60,91 o barril, e o Brent para junho avançava 0,25%, a US$ 64,37 o barril.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 3,48%, cotado a 693 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 94,81.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 1,02% no pré-mercado de Nova York, por volta das 7h55 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 2,50% no mesmo horário.
O que esperar para o Ibovespa hoje?
O Ibovespa hoje pode subir, com o EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado em bolsa de valores como se fosse uma ação) brasileiro negociado em Nova York, registrando ganho de 1,63% por volta das 8h. Mas a queda do minério e sinais de ingerência do governo para reduzir os preços dos combustíveis podem afetar o desempenho dessas blue chips.
A Petrobras já registrou ontem o menor valor de mercado desde setembro de 2023, mas não se manifestou sobre os rumores. A Genial estima que os preços do diesel e gasolina estão 5% acima da paridade internacional.
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Em relação à guerra comercial, a Eurásia aponta que as consequências de uma ruptura entre EUA e China são mistas para o Brasil. Para os dados fiscais, o mercado espera um déficit primário de R$ 26,25 bilhões nas contas do setor público consolidado, após um superávit de R$ 104,1 bilhões em janeiro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância de dialogar com deputados e senadores sobre o projeto que isenta salários até R$ 5 mil do Imposto de Renda. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que a medida é “correta”, mas as prefeituras arcarão com o custo da isenção. Esses e outros assuntos ficam no radar do mercado financeiro hoje.
* Com informações de Laís Adriana, do Broadcast