

Com o mercado amargando a tarifa de 104% imposta pelos Estados Unidos sobre os produtos importados da China, e a consequente retaliação chinesa que elevou as tarifas adicionais aos americanos para 84%, as atenções hoje devem recair sobre a Vale, que deve continuar sendo influenciada negativamente pela guerra comercial.
Atenção também para a Petrobras, que aguarda a definição de data para vistoria técnica no Ibama no centro de reabilitação da fauna de Oiapoque. Destaque ainda para as empresas aéreas, que deverão apontar garantias próprias para acessar financiamento público. Por fim, a Tenda registrou um Valor Geral de Vendas 36,3% maior no primeiro trimestre de 2025 ante um ano.
Na agenda do dia está prevista a divulgação de dados do varejo restrito e ampliado no Brasil. Saem também números da nota de crédito do Banco Central. No exterior, destaque para a ata da mais recente reunião do Federal Reserve. E a China publica, no fim do dia, os números da inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI).
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O petróleo tem nova sessão de queda, com o Brent recuando 4,04%, cotado a US$ 60,29 por barril, e o WTI perdendo 4,21%, a US$ 57,09 por barril. O minério de ferro caiu 2,68% em Dalian, cotado a US$ 93,88 por tonelada para o contrato futuro de setembro de 2025.
Confira os destaques de empresas do mercado hoje que você precisa saber
Braskem (BRKM5)
A Moody’s rebaixou de Ba2 para Ba3 o Corporate Family Rating (CFR) da Braskem e a classificação dos Backed Senior Unsecured Global Bonds da Braskem America Finance Company. A perspectiva foi alterada de negativa para estável. Segundo a agência, o rebaixamento reflete as “fraquezas contínuas” nas métricas de crédito e geração de caixa da empresa, devido ao ciclo de baixa petroquímica e às operações ainda moderadas no México.
Aéreas
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, confirmou ontem, que as companhias aéreas precisam apontar garantias próprias para acesso a R$ 4 bilhões em financiamentos com recursos públicos. A informação foi antecipada pelo Broadcast. O setor buscava usar o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), mas a possibilidade foi barrada por membros do governo. A outra alternativa conhecida é o uso de slots, mas há resistências entre as aéreas.
Guerra comercial
A Fitch Ratings avaliou que as tarifas dos Estados Unidos sobre importações de diversos parceiros comerciais, as medidas retaliatórias e as tarifas para setores específicos americanos aumentarão a pressão sobre empresas sem margem de alavancagem.
Para a Fitch, as implicações das tarifas em setores como automotivo, hardware de tecnologia e produtos químicos, serão particularmente “agudas devido à exposição internacional, atividade comercial significativa entre mercados ou cadeias de suprimentos complexas”.
Casas Bahia (BHIA3)
Fontes ouvidas pelo Broadcast disseram que a desistência de Michael Klein de voltar ao comando da Casas Bahia se deu por conta de especulações do mercado que não condiziam com os interesses do empresário, como a destituição de membros da gestão executiva ou mudanças na condução do plano de transformação.
Além disso, foi retirada da pauta da assembleia da empresa a inclusão de uma “poison pill”, que obrigaria o investidor que atingir 20% do capital a fazer uma oferta pública para todos os outros acionistas. Com o pedido de Klein de cancelar a convocação da assembleia, o conselho da Casas Bahia também optou por retirar da ordem deste mesmo dia outras matérias que seriam deliberadas, dentre elas a inclusão da pílula de veneno.
Construtora Tenda (TEND3)
A Tenda registrou um Valor Geral de Vendas (VGV) consolidado de R$ 920,9 milhões em lançamentos no primeiro trimestre de 2025. O resultado é 36,3% maior, comparado com igual intervalo de 2024. O VGV de Tenda somou R$ 818,5 milhões e da Alea, R$ 102,4 milhões.
Natura, Raízen e Oi (NTCO3;RAIZ4;OIBR3)
O Baillie Gifford Overseas aumentou participação na Natura &co, passando a deter 69.745.090 ações ordinárias, ou 5,015% do total.
O Norges Bank Investment Managment reduziu sua participação acionária na Raízen, a administrar 67.900.514 ações preferenciais de emissão da companhia, ou 4,997% do total.
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Já a SC Lowy Primary reduziu a sua participação nas ações ON da Oi, para 32.339.295, passando a deter 9,8% do capital social total.
Vale (VALE3)
As tarifas adicionais de 50% impostas pelo presidente Donald Trump aos produtos chineses e a nova retaliação da China aos EUA têm potencial para continuar influenciando negativamente as ações da Vale, que nesta terça-feira sofreram tanto no Ibovespa como na Nyse. Na Bolsa brasileira, o papel recuou 5,48%, levando o valor de mercado da Vale a R$ 223,7 bilhões, menor patamar desde abril de 2020, início da pandemia da covid-19.
No radar do investidor da Vale estará ainda a questão do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). O STF pode julgar nesta quarta-feira seis recursos contra a decisão que homologou o acordo em novembro, com previsão de pagamento de R$ 170 bilhões pelas mineradoras Vale, BHP e Samarco. O tema é o nono item da pauta, o que indica que o julgamento pode ficar para amanhã ou para as próximas semanas.
Petrobras (PETR4)
Investidores monitoram ainda de perto o comportamento do petróleo e suas consequências para Petrobras. Os contratos futuros do petróleo voltam a cair mais de 3% nesta quarta-feira, renovando os menores níveis em quatro anos, desde fevereiro de 2021. A commodity reage à entrada em vigor das tarifas “recíprocas” dos EUA, que ampliam temores de que a guerra comercial deflagrada pelo governo Trump leve a economia mundial a uma recessão e prejudique a demanda pela commodity.
Ainda sobre a empresa, o Ibama informou que recebeu no último dia em 7 de abril da comunicação formal da Petrobras sobre a conclusão das obras de um centro de reabilitação da Fauna de Oiapoque (AP). O órgão disse que a solicitação seguirá para avaliação dentro dos trâmites previstos no processo de licenciamento ambiental. A data para a vistoria técnica na base ainda será definida.