

Os preços do ouro recuaram nesta segunda-feira (14), após atingirem um novo recorde na semana passada. O movimento ocorreu em meio a uma aparente trégua tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre eletrônicos de consumo, o que renovou o apetite por risco no mercado.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato para entrega em junho recuou 0,56%, encerrando a sessão a US$ 3.226,3 por onça-troy. Na máxima do dia, o ouro chegou a bater US$ 3.261,6.
Analistas da SP Angel apontam que o ouro tem sido sustentado por fluxos para fundos de índices negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês), a desvalorização do dólar e pela migração de investidores para ativos de segurança, em meio à turbulência nos mercados. Além disso, uma forte liquidação nos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) dos EUA também pode ter impulsionado compras adicionais de ouro.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“Um certo alívio no front tarifário, com a isenção de alguns eletrônicos, pode ter reduzido parte da demanda por proteção”, comentou Peter Grant, vice-presidente da Zaner Metals. “No entanto, a incerteza contínua sobre comércio e tarifas, a fraqueza do dólar e os rendimentos mais baixos continuam a favorecer o ouro.”
Fawad Razaqzada, da StoneX, afirmou que os mercados inicialmente receberam com satisfação o adiamento em um comunicado divulgado na sexta-feira à noite, com ativos de risco apresentando uma recuperação modesta desde então. O ouro parece um pouco sobrecomprado e um período de consolidação pode ser justificado, embora as expectativas de que o metal precioso continue a se recuperar no longo prazo permaneçam intactas, observou Razaqzada.
O mercado estará atento aos discursos de membros influentes do Banco Central americano, incluindo o presidente Jerome Powell, na quarta-feira, em busca de sinais sobre a política monetária. Além disso, as vendas no varejo dos EUA, previstas para a mesma data, também poderão afetar o dólar e o preço do metal.
Em 2025, o ouro já acumula uma alta superior a 20%, destacando-se como um dos melhores desempenhos do ano. O Goldman Sachs é o banco mais otimista, elevando sua projeção para US$ 3.700 até o final do ano.
Publicidade
No cenário geopolítico, o Banco Central da China concedeu novas cotas de importação de ouro a alguns bancos comerciais, como resposta à crescente demanda por ativos seguros.
*Com informações da Dow Jones Newswires