

O Bank of America (BofA) considera um “sinal positivo” a decisão das autoridades americanas de adiar por um a dois meses a aplicação de tarifas recíprocas sobre smartphones e computadores importados da China. No entanto, o banco alerta que o setor de semicondutores ainda não foi isento de forma definitiva e que o presidente dos EUA, Donald Trump, não “voltou atrás” na imposição das taxas, já que a aplicação dessas medidas continuam em avaliação e devem fazer parte de um novo pacote de tarifas dos Estados Unidos específicas para chips, com possível anúncio ainda nesta semana.
Embora o adiamento não represente um cancelamento das tarifas, o BofA vê o período como uma chance para avançar nas negociações, considerando que os eletrônicos respondem por cerca de 50% da demanda global por semicondutores. A Apple (AAPL34), maior compradora de chips do mundo e beneficiada por isenções no governo Trump anterior, segue altamente dependente da China, onde entre 80% e 90% de seus iPhones são montados, menciona.
Segundo o BofA, transferir essa produção para os EUA seria um processo lento e complexo. Já fabricantes de computadores como Dell e HP têm uma exposição menor: apenas 20% a 35% da produção está na China, o que abriria espaço para suprir o mercado americano a partir de países como o México e outras nações asiáticas.
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O banco ressalta que a equipe de Trump parece mirar mais do que o aumento de tarifas – o objetivo é reduzir a dependência dos EUA em relação à China no setor de chips. Atualmente, os EUA não importam semicondutores diretamente da China, mas dependem de produtos eletrônicos finais montados no país. Por isso, as novas tarifas podem acabar atingindo dispositivos montados na China que usam chips fabricados em outros lugares, destaca a instituição.
O BofA espera que as autoridades levem em conta os recentes investimentos bilionários de empresas como TSMC (TSMC34), Apple e Nvidia (NVDC34) nos Estados Unidos antes de definir as alíquotas finais das tarifas dos Estados Unidos.