

As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta quinta-feira (17) em direções distintas, em uma sessão volátil marcada pela tentativa dos investidores de reduzir as perdas acumuladas nos últimos dias. O Dow Jones, no entanto, fechou em forte queda, pressionado por uma desvalorização de 22% das ações da UnitedHealth, após frustração com os resultados trimestrais da companhia – a de maior peso no índice. O dólar, por sua vez, devolveu os ganhos do início da sessão.
O Dow Jones recuou 1,33%, aos 39.142,23 pontos; o S&P 500 avançou 0,13%, aos 5.282,70 pontos; e o Nasdaq teve baixa de 0,13%, aos 16.286,45 pontos. Os dados são preliminares.
Entre os destaques do dia, a Nvidia caiu 2,87%, ampliando para 10% a perda acumulada em dois dias, após revelar um impacto de US$ 5,5 bilhões nos resultados devido às restrições de exportação de chips para a China. Em contrapartida, a Eli Lilly disparou mais de 14,3% com resultados positivos em testes de pílula para emagrecimento. A Netflix subiu 1,19% antes da divulgação do seu balanço trimestral.
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No setor de energia, os papéis da Chevron e ExxonMobil avançaram 1,85% e 2,62%, respectivamente, impulsionados pela valorização do petróleo. Já a MP Materials despencou 5,4% após anunciar a suspensão das exportações de minérios concentrados de terras raras para a China, alegando que, com tarifas, a operação se tornou “comercialmente irracional”.
O mercado americano abriu em queda, mas recuperou parte das perdas no fim do pregão, após declarações de Donald Trump sobre avanços em acordos comerciais. As falas ocorreram um dia depois de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, alertar que o aumento de tarifas pode pressionar a inflação.
Os dados econômicos, por sua vez, ficaram em segundo plano. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego caíram mais do que o esperado. Já as construções de novas moradias nos EUA surpreenderam negativamente.
Moedas globais: dólar devolve ganhos do início da sessão
O dólar devolveu os ganhos do início da sessão e o índice DXY chegou ao fim desta quinta-feira perto da estabilidade. A moeda americana teve valorização frente ao euro, após corte da taxa de juros na zona do euro, e ante o iene japonês. A moeda americana acentuou o ritmo de queda e renovou sucessivas mínimas intradiárias no início da tarde frente divisas emergentes e de países exportadores de commodities.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, se manteve estável, em 99,376 pontos. Por volta das 17h (horário de Brasília), o dólar subia para 142,41 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1376 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3267.
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A enfraquecida moeda americana parece encontrar algum suporte enquanto as taxas de juros permanecem elevadas nos EUA e o Banco Central Europeu (BCE) adota uma postura mais dovish diante de incertezas sobre a política tarifária de Donald Trump e indícios de que a inflação segue relativamente sob controle na zona do euro.
Após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, indicar ontem que as tarifas impostas por Trump podem dificultar cortes de juros nos EUA, o BCE reduziu os custos de financiamento nesta quinta-feira, conforme esperado, e a presidente Christine Lagarde afirmou que a Europa enfrenta um choque de demanda negativo.
Em um cenário mais amplo, a desvalorização do dólar tem alimentado temores de que a política comercial errática do presidente americano possa ter prejudicado o status da moeda como porto seguro. Em meio ao vaivém das tarifas, os investidores adotaram a abordagem típica de se desfazer de ativos de risco, mas não correram para comprar dólares, como tradicionalmente ocorre em tempos turbulentos.
“Uma correlação tradicional está mudando de forma bastante dramática e muito rápida”, afirma Anders Persson, chefe de renda fixa e diretor de investimentos da Nuveen. Na avaliação de Idanna Appio, gestora de portfólio na First Eagle Investments, o movimento incomum “pode refletir uma certa perda de confiança de estrangeiros na economia dos EUA”.
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*Com informações da Dow Jones Newswires