A agenda econômica da semana segue focada na guerra das tarifas dos EUA com a China, além das tensões envolvendo Donald Trump e Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Deve acompanhar também as reuniões de Primavera do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. Nesta segunda-feira (22), o mercado financeiro hoje traz o boletim Focus e dados semanais da balança comercial.
Ainda na agenda econômica hoje, Gabriel Galípolo participa de audiência no Senado e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da Silva recebe o presidente do Chile, Gabriel Boric, e ambos participam do encerramento de fórum de empresários dos dois países. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se com superintendente da Susep.
A temporada de balanços do 1º trimestre começa na quarta-feira (23) com a Hypera (HYPE3), seguida por Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Multiplan (MULT3) na quinta (24). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de março é o principal dado esperado, e sai na sexta-feira (25).
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No exterior, nesta terça, o FMI divulga relatório sobre as perspectivas econômicas, durante as Reuniões de Primavera em Washington, com Gabriel Galípolo chefiando a comitiva brasileira de quarta a sexta. O índice de confiança da zona do euro sai nesta manhã.
Cinco dirigentes do Fed participam de eventos: Philip Jefferson, vice-presidente; Patrick Harker, da Filadélfia; Neel Kashkari, de Minneapolis; Tom Barkin, de Richmond; e a diretora Adriana Kugler. Quanto aos balanços, 3M (MMMC34), Verizon (VERZ34) e Tesla (TSLA34) publicam seus resultados.
Na quarta-feira, estão previstos os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) dos EUA, Alemanha e Zona do Euro, Livro Bege (relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Federal Reserve) e resultados de Boeing (BOEI34) e IBM (IBMB34).
A quinta-feira (24) trará dados da Alemanha e EUA, além de balanços de Amazon (AMZO34), Alphabet (GOGL34), Intel (ITLC34). Na sexta, sai o índice de sentimento do consumidor nos EUA e as expectativas de inflação, e sábado (26), o lucro industrial da China.
Mercado financeiro hoje: os destaques desta terça-feira
Ataques de Trump ceifam ânimo nas bolsas internacionais
Os índices futuros de Nova York sobem nesta terça-feira, tentando se recuperar após quedas de mais de 2%, causadas por novas críticas de Donald Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, e pressões para corte de juros. Investidores aguardam discursos de várias autoridades do Fed, balanços e acompanham as tensões sobre a independência do banco central e a guerra comercial dos EUA.
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O ouro supera os US$ 3,5 mil pela primeira vez, enquanto o dólar hoje sobe frente ao euro e à libra, mas cai ante o iene.
Na Europa, as bolsas operam sem direção definida na volta do feriado da Páscoa, impactadas pelos ataques de Trump a Powell. O senador republicano John Kennedy defendeu a independência do BC americano. Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, afirmou que a independência da instituição é essencial para controlar o desemprego e a inflação no país.
No CME Group, a probabilidade de uma redução de 1 ponto porcentual ou mais nas taxas subiu de 52,1% para 65,7%, entre quinta-feira (17) e segunda-feira (21).
Boletim Focus: expectativas para inflação e juros
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta terça-feira (22), as previsões para os principais indicadores econômicos, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic.
As medianas do relatório Focus para a inflação brasileira em 2025 caíram de 5,65% a 5,57%, mas ainda acima do teto da meta (4,50%). Quanto as projeções para juros no Brasil, espera-se que a Selic atinja 15% ao final de 2025. Veja aqui as previsões para os próximos anos.
Commodities: petróleo e minério avançam
O petróleo opera em alta refletindo tensão de Trump contra Powell, além de avanços em conversas entre Washington e Irã e preocupações com os efeitos de tarifas no crescimento da economia mundial. Às 8h20 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para maio subia 0,81%, enquanto o do Brent para junho avançava 1,06%.
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Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 0,21%, cotado a 711 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 97,38 em Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale subiam 0,77% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h20 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,43% no mesmo horário.
O que esperar para o Ibovespa hoje em meio às tensões globais?
O Ibovespa hoje pode abrir em baixa, refletindo as fortes perdas em Wall Street na segunda (21), mas pode ser sustentado pela alta do petróleo, do minério de ferro e pelos ganhos dos mercados em NY nesta manhã.
Pesquisa mostra que 50% dos brasileiros veem as políticas comerciais de Trump como prejudiciais à economia do Brasil. A China anunciou medidas para abrir seu setor de serviços e reduziu os preços dos combustíveis, o que favorece moedas emergentes, como o real.
Do lado fiscal, a audiência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a isenção do Imposto de Renda foi adiada para 14 de maio. Esses e outros assuntos ficam no radar do mercado financeiro hoje.
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*Com informações do Broadcast
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