

O site do Tesouro Direto saiu do ar na tarde desta quinta-feira (24), interrompendo as negociações de títulos prefixados e indexados ao IPCA. A operação ficou suspensa por alguns minutos, a partir das 13h30, num dia de forte baixa nas taxas dos títulos.
Na volta, numa atualização às 13h54, o Tesouro Prefixado 2028 apresentava uma rentabilidade anual de 13,49%, no menor patamar de 2025, abaixo do nível de 14,6% observado no começo de abril. Às 15h33 esse título já estava pagando 13,41%.
Esse “circuit breaker” no Tesouro acontece quando as taxas se ajustam com rapidez incomum. “Pode haver um “repricing” da curva de juros em função de novos dados, seja de inflação, atividade, ou movimentos inesperados no exterior”, comenta Sidney Lima, analista da Ouro Preto investimentos.
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Ele explica que, quando o Tesouro Direto retira temporariamente os títulos prefixados (Tesouro Prefixado) e híbridos (Tesouro IPCA+) do ar, isso indica que o mercado está passando por um momento de forte oscilação nas taxas de juros, o que dificulta a precificação adequada dos papéis. “É uma forma de proteger tanto o investidor quanto o próprio funcionamento do sistema.”
Nesta quinta, os juros futuros encerraram o dia em queda consistente, influenciados por uma reavaliação das expectativas em torno do fim do ciclo de alta da Selic e pelo ambiente internacional mais favorável ao risco. Em Washington, declarações de diretores do Banco Central foram interpretadas como mais moderadas. Ganharam força as projeções de uma Selic de 14,5% ao final do ano. Previsões anteriores apontavam 15%.
Desde a semana passada os juros dos papeis prefixados vêm numa tendência de baixa, quando romperam o piso dos 14%. A queda nas taxas dos títulos prefixados com vencimentos mais curtos, como o Tesouro Prefixado 2028, reflete um movimento de valorização desses papéis no mercado secundário. Isso acontece quando o preço do título sobe e, por consequência, sua taxa de retorno cai.
Esse movimento do Tesouro está relacionado à percepção do mercado de que as taxas de juros futuras serão menores do que as atuais. “Desde a semana passada, o mercado tem incorporado expectativas de uma possível flexibilização monetária por parte do Banco Central do Brasil”, reforça Lima.
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