A possível nova política de dividendos da Copel (CPLE6) deve ser considerada um ponto de inflexão na companhia, após sua privatização, avaliam analistas do UBS BB. A empresa tem sinalizado que apresentará neste mês os resultados de um estudo com o objetivo para chegar a uma “estrutura de capital ótima da companhia” e, consequentemente, uma proposta de simplificação da política de dividendos.
Para Giuliano Ajeje, Gustavo Cunha e Henrique Simões, todos do UBS BB, os dividendos da Copel “são a ponte entre o recente ciclo de desalavancagem da empresa e sua próxima fase de expansão”. Eles sugerem ainda que, caso a empresa assuma uma alavancagem alvo de 2,5 a 3,25 vezes – nível que o UBS BB vê como estrutura de capital ótima para a Copel – a empresa poderia ter um rendimento de dividendos de 11,2% a 13% ao ano ao longo de 2025-27.
“Isso, em nossa visão, sublinha não apenas o fluxo de caixa da Copel, mas também sua capacidade de retornar valor sem comprometer sua agenda de investimentos“, afirmam em relatório.
“Acreditamos que o cerne da nova política da Copel deveria ser a definição de uma ‘fronteira de capital ótima’ – uma alternativa mais elegante às tradicionais faixas de pagamento. Em vez de se ancorar em uma razão de pagamento arbitrária, acreditamos que a Copel deveria focar em convergir para uma alavancagem alvo – digamos, por exemplo, 2,75 vezes a relação Dívida Líquida/Ebitda – permitindo uma tolerância razoável de 50 pontos-base acima ou abaixo desse nível”, completaram.
Na avaliação do UBS BB, a elétrica é vista como um negócio fundamentalmente sólido, com estratégia de crescimento disciplinada e geração de caixa resiliente. “Ainda assim, reconhecemos que o desempenho de curto prazo pode permanecer sob pressão devido ao ruído externo ou a questões de governança. Este é um caso onde os fundamentos e a narrativa de mercado estão temporariamente desalinhados – e isso, em nossa visão, cria oportunidade”, concluíram. A recomendação é de compra com um preço-alvo de R$ 13,00 por ação.