Setores resilientes e empresas com sólido histórico de pagamento de dividendos ganham destaque no mercado de ações
O cenário econômico atual exige dos investidores uma abordagem ainda mais estratégica e criteriosa. Com juros elevados, desaceleração do PIB e um ambiente global impactado por incertezas, como a guerra tarifária, muitos enxergam um panorama desafiador.
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Entretanto, são justamente nesses momentos que boas oportunidades podem surgir. O mercado de ações, atualmente caracterizado por valuations atrativos, continua sendo um terreno fértil para investidores que buscam retornos consistentes a longo prazo.
Setores para ficar de olho
Neste contexto, setores resilientes e empresas com sólido histórico de pagamento de dividendos ganham destaque. Entre os preferidos estão os segmentos de utilities (elétrico e saneamento) e financeiro, reconhecidos por sua maior estabilidade e previsibilidade de resultados, mesmo diante de cenários desafiadores.
Com sua natureza defensiva e fluxo de caixa estável, o setor elétrico apresenta oportunidades promissoras, com empresas como Copel, Eletrobras e Equatorial ganhando atenção pelos fundamentos robustos e potenciais de valorização. No setor financeiro, que compõe mais de 30% do Ibovespa, as ações de bancos e seguradoras continuam atraentes, com valuations convidativos e expectativas de dividendos elevados.
O momento das commodities
Além disso, o setor de commodities, especialmente petróleo e minério de ferro, enfrenta desafios decorrentes do impacto das tarifas e da desaceleração global.
Apesar do curto prazo desafiador, empresas como Petrobras e Vale continuam se destacando como geradoras de caixa consistentes, sendo opções atrativas para investidores em busca de dividendos. Vibra Energia, por sua vez, surge como uma alternativa interessante, menos exposta às oscilações do petróleo e favorecida pelas perspectivas positivas no setor de distribuição de combustíveis.
Telecomunicação e carnes: boas perspectivas
Em segmentos menos representativos no Ibovespa, o setor de telecomunicações mostra-se uma escolha sólida, com empresas como Telefônica Brasil e TIM garantindo remuneração atraente aos acionistas e demonstrando consistência mesmo em cenário de desaceleração do PIB. Já o setor de proteínas tem na JBS sua principal recomendação, tanto pela solidez dos resultados quanto pela iminente listagem das ações na Bolsa de Nova York, que pode trazer um impulso à ação.
Outras oportunidades
Entre os setores cíclicos, que tendem a ser penalizados pela desaceleração econômica e juros elevados, há oportunidades interessantes para quem busca adicionar beta às suas carteiras. Empresas como Ecorodovias, Localiza e Cogna podem apresentar uma forte performance no caso de uma recuperação macroeconômica.
O setor imobiliário, por outro lado, tem mostrado sinais de recuperação, especialmente em companhias como Cury, Direcional e MRV, mais expostas ao mercado do programa Minha Casa Minha Vida. Cyrela, com maior liquidez e dividendos elevados, também se destaca.
Ainda no segmento imobiliário, o setor de shoppings possui atratividade devido à sua capacidade de repassar inflação, com Allos sendo uma aposta promissora, principalmente considerando uma possível inversão no ciclo de juros.
Em resumo, não há receita única para exposição em bolsa. O cenário fluído exige acompanhamento e ajustes na estratégia com o passar do tempo, mas a estratégia de seletividade e foco nos fundamentos sempre se mostrou vencedora a longo prazo.
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Este relatório foi preparado pela equipe de análise de investimentos da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (Ágora), sociedade sob controle indireto do Banco Bradesco S.A. Para mais informações, acesse.