O índice Dow Jones subiu 0,70%, aos 41.113,97 pontos. O S&P 500 ganhou 0,43%, para 5.631,28 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 0,27%, aos 17.738,16 pontos. Os dados são preliminares.
Os índices oscilaram ao longo do dia. Os ganhos iniciais foram impulsionados por relatos de que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, devem se reunir com autoridades chinesas para iniciar negociações em torno de um novo acordo comercial. No entanto, o próprio Bessent afirmou que o encontro previsto para este fim de semana será apenas um primeiro contato, e não o início de tratativas avançadas – o que esfriou o entusiasmo do mercado.
Durante a tarde, o Federal Reserve decidiu, por unanimidade, manter a taxa de juros dos EUA no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano. O comunicado indicou que a economia americana segue resiliente, mas ressaltou riscos crescentes de inflação e desemprego.
Em coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que ainda não vê sinais claros de desaceleração econômica e que o comitê continuará monitorando os dados antes de tomar novas decisões. Ele também afirmou que as críticas do ex-presidente Donald Trump “não afetam o trabalho do Fed”. “Não precisamos ter pressa. Nossa política é modestamente restritiva”, declarou.
Entre os destaques corporativos, as ações da Super Micro Computer recuaram 1,40% após a divulgação dos resultados trimestrais, enquanto os papéis da Walt Disney (10,7%) dispararam. Já a Alphabet, controladora do Google e integrante do grupo “Sete Magníficas, caiu 7,26% após notícias de que a Apple (-1,14%) pode adicionar novos fornecedores de mecanismos de busca por inteligência artificial ao Safari, seu navegador.
Juros dos EUA recuam
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos voltaram a cair nesta quarta-feira, após decisão do Federal Reserve (Fed), que atendeu às expectativas do mercado e manteve as taxas de juros inalteradas, apontando para o aumento das incertezas sobre as perspectivas econômicas. Além dos rumos da política monetária americana, os investidores acompanham as notícias sobre o início de negociações comerciais entre EUA e China e as tensões geopolíticas globais.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos cedeu a 3,785%. O rendimento da T-note de 10 anos caía para 4,283%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,787%.
Não é surpreendente que o principal destaque da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) tenha sido a afirmação de que “a incerteza sobre as perspectivas econômicas aumentou ainda mais”, afirma Ian Lyngen, analista do BMO Capital Markets, dizendo que ela é coerente com os movimento volátil dos preços de ativos desde o chamado “Dia da Libertação”.
Em relação ao duplo mandato do Fed, o comitê “julga que os riscos de maior desemprego e maior inflação aumentaram”, diz Lyngen. “Isso indica que os formuladores de políticas monetárias também estão atentos a um possível ciclo de estagflação – ou pelo menos algo que possa, visualmente, parecer tal cenário.”
“Não houve nada particularmente surpreendente na declaração, embora o tom cauteloso tenha levado a uma rodada de compras de títulos do Tesouro dos EUA, com o setor de 5 anos liderando o movimento”, observa o analista do BMO. Os títulos de 2 anos foram os que tiveram pior desempenho, dado que nada na declaração sugeriu que o Fed está se preparando para cortar as taxas de juros em junho.
Moedas globais: dólar avança
O dólar ganhou força frente às principais moedas globais nesta quarta-feira, após o Federal Reserve (Fed) manter entre 4,25% e 4,50% as taxas básicas de juros da economia americana. O rumo foi consolidado por sinalização do presidente do BC americano, Jerome Powell, de que segue sem pressa para mudar a política monetária. Antes do anúncio, o dólar já avançava, impulsionado pela notícia de que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro do conselho de Estado da China, He Lifeng, deverão se reunir ainda nesta semana.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,38%, para 99,614 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar avançava para 143,72 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1315 e a libra esterlina era negociada em baixa, a US$ 1,3302.
Os investidores ainda digeriam a entrevista coletiva de Powell, que afirmou que as incertezas provocadas pelo tarifaço de Donald Trump provocam uma tensão entre os dois mandatos do Fed – inflação na meta e pleno emprego -, mas ressaltou que, por ora, a política monetária está bem posicionada.
O início das negociações entre EUA e China pode aumentar as expectativas sobre uma desescalada das tensões comerciais e impulsionar o apetite por risco, levando a uma recuperação do dólar, diz em nota Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank. “A guerra comercial deveria aumentar a demanda pelo dólar como porto seguro, mas isso não aconteceu”, observa.
Em relação aos juros nos EUA, Ozkardeskaya afirma que o Fed deve esperar para ver como as negociações comerciais evoluem e qual será o impacto das tarifas de comércio exterior no crescimento e na inflação.
Já o euro pode se beneficiar da desdolarização nas reservas cambiais, especialmente com a saída de importantes investidores asiáticos do mercado de dívida americana, mas ainda há trabalho a ser feito para aumentar a atratividade dos ativos denominados na moeda europeia, dizem analistas do ING.
“Se o apetite dos bancos centrais por euros voltar aos níveis do início dos anos 2000, as reservas cambiais denominadas em euro poderiam aumentar em até cerca de 450 bilhões de euros.”
*Com informações da Dow Jones Newswires