Os destaques do mercado financeiro hoje. (Foto: Adobe Stock)
As atenções da agenda econômica desta quinta-feira (8) estão na coletiva com o presidente norte-americano, Donald Trump, para o anúncio do primeiro acordo comercial entre EUA e Reino Unido. No Brasil, o destaque do mercado financeiro hoje fica com o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sobre produção e vendas de veículos, ambos de abril.
Ainda na agenda econômica hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, se reúnem com a agência Moody’s para tratar das perspectivas econômicas do Brasil na abertura da missão de avaliação de risco soberano da agência.
A agenda desta quinta-feira traz no cenário internacional a decisão de juros do Banco da Inglaterra (BoE). Nos EUA, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego, custo unitário de mão de obra e estoques no atacado de março.
O Tesouro faz leilões de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa).
O que esperar do mercado financeiro nesta quinta-feira
Acordo de Trump com Reino Unido e impacto nos mercados globais
Os mercados internacionais operam com bom humor nesta quinta-feira, refletindo o otimismo com a possível assinatura de um acordo comercial dos EUA com o Reino Unido.
O sentimento positivo também é impulsionado pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter os juros inalterados. O presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que o banco central americano está “em boa posição para esperar antes de alterar juros” e que as críticas de Donald Trumpnão influenciam o trabalho da autoridade monetária.
As bolsas europeias e os índices futuros de Nova York sobem, enquanto os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar hoje avançam. Na Alemanha, a produção industrial subiu 3% em março, muito acima da expectativa (+0,8%).
No radar, estão ainda dados sobre custo de mão de obra nos EUA, um leilão de T-bonds (títulos de dívida pública dos EUA, semelhantes ao Tesouro Direto brasileiro) e a decisão do banco central da Inglaterra, que cortou juros a 4,25%. EUA e China terão negociações tarifárias no sábado, em Genebra, após sinal verde de Pequim.
Selic chega ao maior nível desde 2006
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (7) elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 14,75% ao ano – o maior nível desde agosto de 2006. O ciclo de alta iniciado em setembro já soma 425 pontos-base. No comunicado, o BC evitou sinalizar próximos passos.
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A escalada tem como pano de fundo a persistência da inflação e a pressão cambial, dois elementos que têm colocado obstáculos ao consumo das famílias brasileiras e à recuperação da atividade econômica. Saiba mais sobre a nova Selic nesta reportagem.
O mercado deve ajustar apostas para manutenção da taxa em junho e postergar o início dos cortes, o que pode provocar inclinação na curva de juros futuros. A meta de inflação é 3%, mas o Boletim Focus projeta um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,5% em 2025. “O ciclo de aperto monetário praticamente acabou, mas o comunicado só não quis dizer isso com todas as letras”, diz o jornalista Fabio Alves em sua coluna.
Commodities hoje: petróleo sobe, minério de ferro recua
O petróleoopera em alta, revertendo parte das perdas de quarta-feira (7). No início da manhã, o barril do petróleo WTI para junho subia 1,46%, enquanto o do Brent para julho avançava 1,36%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 2,73%, cotado a 693,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 96,08 em Dalian na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,11% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,53%.
Como o Ibovespa deve reagir à nova Selic e ao cenário externo
Os mercados repercutem a decisão do Copom, amplamente esperada, de elevar a Selic em 50 pontos-base, para 14,75% ao ano. O sinal positivo em NY e a alta de mais de 1% do petróleo tendem a dar fôlego ao Ibovespa hoje.
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O mercado financeiro hoje também repercute os balanços corporativos, como o do Bradesco (BBDC3; BBDC4) – veja aqui.