Federal Reserve (Fed) manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos no intervalo de 4,25% a 4,5%: Foto: AdobeStock
Num contexto de juros altos no Brasil e nos EUA, a XP lança uma nova opção de renda fixa para o investidor que diversifica em dólar. A partir de segunda (12), os clientes de sua plataforma internacional terão acesso aos Certificates of Deposit (CDs), a versão estrangeira dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) brasileiros, títulos emitidos por instituições financeiras globais.
Na quarta-feira (7), o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano, um nível que a coloca entre as maiores taxas em duas décadas – veja aqui a repercussão no mercado. Uma decisão que reflete a cautela em relação às políticas tarifárias do presidente Donald Trump e que chega também aos títulos emitidos pelos bancos.
Os CDs são uma alternativa complementar aos papéis de dívida tradicionais, como bonds corporativos ou soberanos. Em geral, oferecem rentabilidade compatível em relação ao risco de crédito e representam uma opção para investidores que buscam exposição ao dólar.
CDs têm baixa liquidez
Um dos principais pontos de atenção ao investir em CDs é a baixa liquidez. Como esses títulos não contam com mercado secundário, o capital deve permanecer aplicado até o vencimento, que pode variar de 30 dias a alguns anos. “Por isso, é fundamental que o investidor selecione prazos compatíveis com seu planejamento financeiro e capacidade de manter os recursos alocados durante esse período”, afirma Rodolfo Buim, gestor de produtos da divisão de investimentos internacionais da XP.
Por se tratar de produtos emitidos por instituições financeiras estrangeiras em outras jurisdições, os CDs não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que se aplica apenas ao mercado brasileiro, ou pelo Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que se aplica a ativos emitidos nos Estados Unidos.
Apesar da falta de garantia, no caso de a instituição financeira emissora quebrar, Buim explica que os CDs disponíveis na plataforma da XP Investimentos passam por uma curadoria especializada. “Consideramos aspectos como perfil de risco, liquidez, solidez financeira e reputação da instituição emissora. A oferta contempla títulos de instituições globais reconhecidas”, argumenta.
Composição na carteira
Buim não aponta para que tipo de perfil de investidor o novo produto é indicado. Ele diz, no entanto, que em abril, o time de alocação da XP instituiu, pela primeira vez, um porcentual mínimo de 15% do patrimônio financeiro recomendado para investir diretamente no exterior. “Desse porcentual, a recomendação é de aplicar 55% na renda fixa, sendo 42% em títulos públicos e 13% em títulos corporativos”, diz o executivo.
Do restante da carteira internacional, a XP indica 40% em renda variável (sendo 60% no mercado de ações americano), 5,5% em investimentos alternativos e 2% em fundos com liquidez imediata (os chamados money market). “Por suas características, como a exigência mínima de captação para a emissão e baixa liquidez, é importante que o investidor se atente ao vencimento do certificado e veja se o ativo está adequado ao seu perfil de risco”, pondera Buim.