Considerando a “estrutura ótima de capital” e uma nova política de dividendos anunciados pela Copel (CPLE6), analistas do banco Citi avaliam ser possível que a elétrica poderá pagar dividendos extraordinários para enquadrar-se na estrutura que modelou para si.
“A alavancagem atual da empresa (2,3 vezes pela relação dívida líquida/Ebitda) está atualmente abaixo da faixa de 2,5x – 3,1x, o que nos faz acreditar que a empresa poderia pagar dividendos extraordinários para otimizar sua estrutura de capital (a empresa tem aproximadamente R$9,4 bilhões em reservas de lucro que poderiam ser distribuídas). Se a empresa optar por distribuir metade de suas reservas de lucro nos próximos 3 anos, veríamos um rendimento médio de dividendos de 11%”, pontuaram os analistas João Pimentel e Felipe Lenza.
A nova estrutura prevê que o ponto ótimo para atuação da companhia é uma alavancagem financeira de 2,8 vezes, com uma faixa de tolerância de 0,3 vez para mais (3,1 vezes) ou para menos (2,5 vezes) desde que haja convergência em até 24 meses para o centro da faixa (2,8 vezes).
Neste contexto, o Citi espera que a Copel mantenha a alavancagem abaixo do limiar de 2,8 vezes mesmo que distribua 100% de seus lucros como dividendos para este ano. O relatório, no entanto, foi produzido antes da teleconferência de resultados, na qual o presidente da elétrica, Daniel Slaviero, sinalizou a possibilidade de aumentar a alavancagem neste ano considerando a “desalavancagem contratada” futura.
Para 2026, os analistas lembram que o braço de distribuição da Copel passará por sua revisão tarifária, “o que deve impulsionar ainda mais o Ebitda da empresa, acelerando o desalavancamento e deixando o balanço da empresa mais confortável para aumentar as distribuições de dividendos. Assumindo um pagamento de 100%, vemos um rendimento de dividendos de 7% em média durante o período de 2025-2027”, completaram.
Assim, se a empresa optar por distribuir metade de suas reservas de lucro nos próximos três anos, os analistas vêem um rendimento médio de dividendos de 11%. “Com o anúncio, esperamos ver a reavaliação da Copel para níveis semelhantes ao que vemos para nomes semelhantes a títulos no setor que geralmente são negociados a TIRs [taxas de retorno interno] muito comprimidas”, concluíram.
A recomendação do Citi para a ação da Copel é de compra, com preço-alvo de R$ 13,00 por ação.