GOAT11 é um ETF de renda fixa, mas com exposição às maiores empresas dos EUA. (Foto: Adobe Elements)
Renda fixa ou renda variável. Ativos brasileiros ou internacionais. Quando o assunto é diversificação de portfólio, o investidor costuma se deparar com estratégias que muitas vezes envolvem um produto ou outro. Mas chegou à B3 nesta terça-feira (13) o primeiro Exchange Traded Fund (ETF) híbrido do País, um produto pensado para investir de uma só vez em um e outro.
O GOAT11, da Itaú Asset, é considerado um ETF de renda fixa porque tem 80% da carteira em títulos públicos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+. Isso faz com que o ativo tenha os benefícios tributários da classe, com alíquota de imposto de renda de 15% para todos os prazos de investimento, sem cobrança de come-cotas e exigência de emissão da DARF após a liquidação. Mas 20% está em renda variável internacional, com exposição dolarizada ao índice de ações dos Estados Unidos, S&P 500.
A taxa total do ETF é de 0,5%, incluindo os custos de administração, gestão e custódia. A liquidez é de D+2, com aplicação mínima de R$ 50, valor inicial das cotas na listagem.
A sigla que nomeia o lançamento vem do inglês “greatest of all times” ou “o melhor de todos os tempos” em tradução livre. E mostra como a gestora vê o produto: uma exposição ao melhor dos dois mundos, aquilo que o mercado brasileiro oferece de melhor – a proteção dos juros reais –, junto à diversificação internacional nas maiores empresas americanas.
“A beleza do GOAT11 é ser simples, ao mesmo tempo que é sofisticado na proposta de valor”, diz Renato Eid, superintendente de estratégias indexadas e investimento responsável da Itaú Asset.
Ele explica que o ativo foi construído para atender a demanda de investidores e entregar, de forma simples, uma visão de portfólio diversificado com ativos descorrelacionados; ou seja, cujo desempenho dependa de fatores diferentes. Assim, a carteira consegue ir bem ao longo dos anos, mesmo em diferentes momentos de mercado. “Se prender a visões de curto prazo faz o investidor deixar muito dinheiro na mesa. É muito difícil acertar o timing; o relevante mesmo é o tempo”, afirma.
Na lâmina de apresentação do produto, disponível no site da gestora, há um histórico dos dois benchmarks que ilustram como essa descorrelação funciona na prática. No pior ano do S&P500, quando o índice caiu 23,56% em 2022, o IMA-B, índice da Anbima que reflete o desempenho do Tesouro IPCA+, subiu 6,37%. Em 2013, pior ano da renda fixa brasileira em duas décadas com queda de 10,02%, a Bolsa americana saltou 49,46%.
No fim das contas, é uma conversa sobre proteção do portfólio de longo prazo, explica Eid. Em reais, com o IPCA+, mas também em dólar, que tem cada vez mais peso na cesta de consumo dos brasileiros.
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A divisão 80/20 da carteira também parte de um princípio simples. Não há um número exato para a diversificação mercado internacional que funcione igualmente para todos os investidores, mas, no geral, especialistas tendem a recomendar que a parcela não ultrapasse os 20%. E isso foi aplicado no ETF.
Mais do que isso, a volatilidade da carteira poderia ser muito elevada. Por outro lado, uma parcela menor reduziria o potencial de retorno do ativo. Com esse equilíbrio, a Itaú Asset acha que o GOAT11 pode entregar 9% de retorno anual, e atrair quem está apenas iniciando os investimentos internacionais. “Quem não tem nada de internacional pode começar a investir através dessa alocação. É um incentivo para que as pessoas comecem essa jornada, mas não significa que é um produto só para o investidor iniciante”, destaca Eid.