A BRF (BRFS3) registrou lucro líquido de R$ 1,19 bilhão no primeiro trimestre de 2025, alta de 99,6% em relação a igual período do ano passado. O desempenho foi impulsionado pelo crescimento da receita líquida, que somou R$ 15,51 bilhões (+16% a/a), e pela expansão do Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado, que atingiu R$ 2,75 bilhões (+30% a/a), com margem de 17,7%.
Além disso, o mercado repercute a incorporação da totalidade das ações da BRF pela Marfrig, em uma operação que poderá consolidar uma das maiores companhias globais do setor de alimentos, com forte atuação em proteínas. Às 10h40, os papéis da Marfrig disparavam quase 15%, a R$ 23,74, enquanto as ações da BRF cediam 3,20%, a R$ 19,96.
O fluxo de caixa operacional avançou 87,9% no balanço da BRF no 1T25, chegando a R$ 3,61 bilhões, enquanto o fluxo de caixa livre totalizou R$ 1,28 bilhão, com alta de 51,9%. A companhia também reduziu a dívida líquida em 33,7% no comparativo anual, encerrando o trimestre com R$ 5,98 bilhões em obrigações líquidas. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, caiu para 0,54 vez, ante 1,45 vez no primeiro trimestre de 2024.
Segundo a companhia, o ciclo de conversão de caixa melhorou em 11,4 dias no período, alcançando -6,6 dias no trimestre. A BRF também informou que realizou nova emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), com prazos de 15 e 20 anos, como parte de sua estratégia de alongamento da estrutura de capital.
O Capex (investimentos) no trimestre somou R$ 975 milhões, crescimento de 34,3% ante o primeiro trimestre de 2024. Os recursos foram destinados, principalmente, à modernização de unidades, automação de processos e ações de sustentabilidade.
A companhia destacou que o trimestre reforça o ciclo de recuperação operacional iniciado em 2023, com crescimento orgânico em suas principais unidades de negócios. Em relatórios a investidores, a BRF também pontuou o fortalecimento das margens na divisão Brasil, estabilidade nas operações internacionais e continuidade das iniciativas de ganho de eficiência.
O CEO da BRF, Marcos Molina, ressaltou o trimestre com “números recordes”. Segundo ele, “a evolução do Ebitda e a contínua geração de fluxo de caixa livre demonstram o compromisso da gestão com a alocação eficiente de capital, com foco na disciplina financeira e na retomada da remuneração dos acionistas”.
Segundo ele, a estratégia de diversificação de mercados “tem sido fundamental para a evolução dos resultados”, assim como “o avanço da presença global da BRF (BRFS3), com foco em produtos de valor agregado em mercados estratégicos como Arábia Saudita e China”.