AMarfrig (MRFG3)apresentou resultados sólidos e dentro do esperado no primeiro trimestre do ano, destacou o Santander (SANB11) em relatório, citando o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado de R$ 3,2 bilhões e a margem Ebitda de 8,3% em linha com suas estimativas e com o consenso de mercado. “Apesar do aumento generalizado nos preços do gado, a companhia registrou desempenhos robustos tanto na National Beef (EUA) quanto na divisão América do Sul”, destacou o banco. Ainda assim, foi mantida a recomendação “neutra”, visto que “os mercados do Brasil e dos EUA ainda se encontram na fase de baixa do ciclo pecuário”.
Nos EUA, o Santander disse que as margens da companhia foram apertadas, mas com demanda resiliente. A National Beef apresentou resultados em linha com as expectativas, com margens Ebitda próximas do ponto de equilíbrio, pontuou. As receitas com alta 15%, com os preços domésticos fortes e crescimento de volumes, sinalizando que a demanda continua firme. “No entanto, a compressão de margens refletiu o aumento nos preços do gado em um cenário de oferta restrita de animais”, afirmou o banco. Mesmo assim, a National Beef segue superando o setor, disse o Santander, com fornecimento estratégico de gado premium por meio de parcerias com pecuaristas – incluindo acionistas minoritários, maior exposição a produtos de valor agregado e consolidação industrial.
Em relação à América do Sul, a Marfrig teve margens de dois dígitos com alta expressiva de volumes, destacou o Santander. A divisão América do Sul apresentou margem Ebitda de 11,1%, aumento de 1,5 ponto porcentual em relação ao ano anterior, apesar do avanço de 33% nos preços do gado, afirmou o banco. O destaque foi o crescimento de 24% no volume, impulsionado pela expansão da nova capacidade de processamento no Brasil. O mercado interno respondeu por 68% dos volumes, com preços ainda elevados. “Na nossa visão, a estratégia da Marfrig de integrar parcialmente a originação do gado ajudou a proteger as margens em meio à fase atual de baixa na oferta de gado no Brasil”, de acordo com o Santander.