O investidor deve ficar atento ainda à Azul, que respondeu ao questionamento da B3 se poderia entrar em recuperação judicial nos Estados Unidos, dizendo que “monitora alternativas”. Atenção também para a Motiva, que contratou assessores para a venda de seus aeroportos e Light, que iniciou um programa de recompra de ações.
Na agenda do mercado financeiro desta segunda-feira (19), destaque para a divulgação de diversos indicadores brasileiros: o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) do segundo quadrissemana de maio e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de março, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Discursam o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e o diretor de política monetária, Nilton David. O BC também faz sua reunião trimestral com economistas do mercado.
No exterior, o dirigentes do Federal Reserve System (Fed) discursam, e, no Chile, a divulgação do PIB. O petróleo opera em baixa, com o barril do tipo Brent caindo 1,25%, cotado a US$ 64,58, e o WTI recuando 1,22%, cotado a US$ 61,73 por barril. O minério de ferro recuou 0,89% em Dalian, na China, cotado a US$ 100,21 por tonelada para o contrato futuro de setembro de 2025.
Confira os destaques do mercado financeiro hoje:
Iguatemi (IGTI11) e Multiplan (MULT3)
A Itaú USA Asset Management atingiu participação de 5,58% das ações preferenciais (PN) emitidas pela Iguatemi, totalizando 24.307.000 ações. E a GIC Private Limited (GIC) atingiu participação na Multiplan de 6,036% do total de ações ordinárias (ON), correspondente a 30.972.299 ações.
A Motiva Infraestrutura de Mobilidade (antiga CCR) informou que contratou a Lazard e o Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) como assessores financeiros para a condução de um processo competitivo, com o objetivo de avaliar uma possível transação envolvendo seus ativos aeroportuários, que está sendo avaliada pela companhia juntamente com outras alternativas de reciclagem de capital.
A Light Energia informou que a oferta de recompra no exterior de suas 4.375% Notes com vencimento em 2026, iniciada em 7 de abril e encerrada em 14 de maio de 2025, resultou no recebimento de ofertas de venda que totalizaram US$ 50.980.622,00, o que representa 24,19% do total em circulação. Como o valor total foi inferior ao anunciado, a Light Energia aceitará recomprar a totalidade das notas, sem rateio. O preço de aquisição será de US$ 950 para cada US$ 1.000.
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Grupo Toky (TOKY3)
O Grupo Toky, antigo Mobly, informou que a 1ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem de São Paulo revogou a liminar que suspendia parte das deliberações tomadas na Assembleia Geral Extraordinária de 30 de abril. Com isso, todas as deliberações aprovadas na referida assembleia voltam a ter pleno vigor e a partir de 26 de maio, as ações ordinárias serão negociadas na B3 sob o novo código “TOKY3”.
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, barrou a tentativa de acordo para repactuação da concessão da ferrovia Malha Oeste, operada pela Rumo. A proposta, desenhada pela companhia em parceria com o governo federal, dependia do aval de Cedraz para começar a ser formalmente debatida no TCU.
Unidas (LCAM3)
A Unidas Locações anunciou a sua 20ª emissão de título de dívidas emitido por empresa para uso dos recursos em projetos específicos, os debêntures simples, que não são conversíveis em ações, da espécie quirografária (não desfruta de privilégios ou preferências em relação aos outros), em série única e no valor total de R$ 450 milhões. Serão emitidas 450 mil debêntures com valor nominal unitário de R$ 1 mil.
Frigoríficos
As ações dos frigoríficos podem continuar reagindo às notícias relativas à suspensão de exportações brasileiras de frango devido a caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul e ainda aos desdobramentos da notícia da fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3). Na sexta-feira, a Marfrig subiu mais de 21%, a R$ 25,07, o maior preço desde a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), em 2007. BRF terminou em alta de 0,78%, após passar maior parte do dia em queda.
Estão suspensas temporariamente as exportações de produtos avícolas brasileiros para China, União Europeia, Canadá, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul, conforme levantamento do Ministério da Agricultura. A lista inclui os países que suspenderam as importações de produtos avícolas do Brasil e para os quais o País interrompeu a certificação das exportações como prevê o acordo sanitário estabelecido com cada nação.
A China suspendeu a habilitação de 51 frigoríficos de produtos avícolas do Brasil. Deste total, oito frigoríficos do Rio Grande do Sul habilitados para a comercialização já estavam com suspensão da aptidão desde 17 de julho de 2024, quando um caso da Doença de Newcastle foi confirmado no Estado.
Entre os gigantes do setor, na lista constam 12 plantas da Seara, marca da JBS (JBSS3), três da JBS Aves, e 10 unidades industriais da BRF. Entre os Estados produtores de frango e derivados, 21 frigoríficos suspensos estão localizados no Paraná, maior exportador de frango do Brasil, 14 em Santa Catarina e oito no Rio Grande do Sul – que já estavam suspensos desde 17 de julho de 2024.
A Azul reafirmou que “monitora constantemente alternativas” que possam contribuir para o fortalecimento de sua estrutura de capital e preservação de liquidez, com foco na sustentabilidade de longo prazo de suas operações.
O posicionamento é uma resposta à questionamento da B3 sobre rumores de que, com a piora da situação financeira, a empresa poderia entrar com pedido de recuperação judicial nos EUA, pelo mecanismo do Chapter 11. Segundo o Broadcast, essa possibilidade voltou à mesa entre as opções consideradas pela Azul e credores.
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