Governo anunciou mudanças no IOF. Foto: Adobe Stock
As mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) podem ter impacto marginal para o resultado dos bancos, mas devem ter consequências para os tomadores de crédito, como juros mais altos nos empréstimos a empresas, pois os bancos tendem a repassar aumento de custos para os clientes, ressalta o Citi.
Outro efeito é afetar as contribuições mensais dos mais endinheirados para planos de previdência complementar, como o Vida Gerador de Benefício Livre, modelo de previdência privada (VGBL), o que deve reduzir o crescimento das reservas desses planos. Contribuições mensais acima de R$ 50 mil serão taxadas agora. O analista do Citi, Gustavo Schroden, ressalta em relatório, porém, que ainda é cedo para quantificar esses impactos.
Já para o uso dos cartões de crédito no exterior, como o aumento do IOF foi pequeno, de 3,38% para 3,5%, não deve ter impacto significativo.
No crédito a empresa, o teto de IOF de operações de empréstimos passa de 1,88% ao ano para 3,95% ao ano e as operações de antecipação de recebíveis e financiamento antecipado, como o risco sacado, serão consideradas operações de crédito e taxadas com o IOF.
O analista do Citi observa que a taxa média de juros para empréstimos corporativos está em torno de 20%. Com o aumento do IOF sendo repassado, o custo pode subir cerca de dois pontos porcentuais. Com isso, a taxa sobe para 22%. “Isso poderia levar a um leve aumento na inadimplência corporativa, mas nada abrupto ou desestabilizador, na nossa visão”, ressalta o banco.