A Suzano(SUZB3) reduziu os riscos de fazer uma aquisição desvantajosa ao anunciar a criação de uma joint venture (cooperação entre empresas para um objetivo específico) com a Kimberly-Clark, companhia de produtos de higiene e cuidado pessoal. A visão é dos analistas do BTG Pactual que, em relatório enviado nesta sexta-feira (6), reforçam que o acordo é positivo para a empresa.
Avaliada em US$ 3,4 bilhões, a joint venture ficará responsável pela produção, ações de marketing e comercialização de itens de bens de consumo como papéis higiênicos, guardanapos, toalhas de papel e lenços faciais para mais de 70 países. A Suzano irá adquirir 51% de participação na joint venture e a Kimberly-Clark manterá 49% de participação. A empresa de capital aberto na B3 deve pagar US$ 1,734 bilhão pela parceria.
O depósito desse montante deve ser feito no fechamento do contrato, que deve acontecer em meados de 2026. O valor está sujeito a ajustes usuais para esse tipo de negócio. A transação também está sujeita à aprovação das autoridades regulatórias.
Para os analistas do BTG, o melhor para a companhia seria focar na redução do seu endividamento ou recompras no curto prazo. Ainda assim, os especialistas dizem que a medida está alinhada com a estratégia da Suzano de diversificar seus negócios além da celulose.
Por que o anúncio da aquisição da Suzano foi bem-visto?
Os especialistas comentam que a administração vê potencial de sinergia anual de US$ 175 milhões e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) nominal projetada de 15,5%. Elogiaram a redução do foco da empresa em novas fusões e aquisições, com a prioridade de integração de ativos.
“Acreditamos que esta mensagem da Suzano ajudará a aliviar as preocupações dos investidores em relação à alocação de capital, fator determinante da recente desvalorização das ações. Em nossa opinião, continuamos a ver a Suzano como altamente subvalorizada”, dizem Leonardo Correa e Marcelo Arazi, que assinam o relatório do BTG.
O banco manteve sua recomendação de compra para a Suzano (SUZB3) com preço-alvo de R$ 73 para o fim de 2025, uma alta de 38% na comparação com o fechamento de quinta-feira (5), quando a ação encerrou o pregão a R$ 52,90.