• Logo Estadão
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Assine estadão Cavalo
entrar Avatar
Logo Estadão
Assine
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Direto da Faria Lima
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Direto da Faria Lima
  • Negócios
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
  • Newsletter
  • Guias Gratuitos
  • Colunistas
  • Vídeos
  • Áudios
  • Estadão

Publicidade

Colunista

Síndrome do Bebê Reborn nas finanças: o risco da infantilização

Como relações de dependência financeira silenciosamente enfraquecem autonomia, decisões e amadurecimento emocional

Por Ana Paula Hornos

14/06/2025 | 6:00 Atualização: 13/06/2025 | 11:02

Receba esta Coluna no seu e-mail
Síndrome do Bebê Reborn (Foto: Adobe Stock)
Síndrome do Bebê Reborn (Foto: Adobe Stock)

Em meio à escalada de endividamento, apostas online e desorganização orçamentária nas famílias brasileiras, um padrão silencioso chama atenção: a infantilização das decisões financeiras.

Leia mais:
  • Inflação emocional: quando o custo de vida desorganiza o seu futuro
  • Empréstimo consignado para CLT: alívio ou armadilha para o Brasil que trabalha?
Cotações
16/11/2025 12h14 (delay 15min)
Câmbio
16/11/2025 12h14 (delay 15min)

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Mulheres que renunciam sua autonomia, filhos que crescem sem coragem de errar, parceiros que assumem controle absoluto da vida do outro. Chamamos isso de cuidado — mas em muitos casos, é controle, fuga ou medo. A síndrome do bebê reborn nas finanças é uma metáfora para esse fenômeno: adultos que, por dentro, deixaram de crescer.

O bebê reborn é um fenômeno recente como objeto, mas antigo como símbolo. Desde sempre, humanos tentam criar mundos ideais para fugir da dor do real. Tentam cuidar do que não reage, controlar o incontrolável, proteger o que não pode ser protegido. É compreensível. Mas perigoso. Porque quanto mais tempo se investe em manter vivo algo que nunca crescerá, mais se adia o próprio crescimento.

Publicidade

Eles parecem reais. Têm olhos úmidos, pele macia, cheiro de talco e até certidão de nascimento. Mas não choram. Não crescem. Não reagem. Os bebês reborn são bonecos hiper-realistas, criados para parecerem recém-nascidos perfeitos — sem demandas, sem contrariedades, sem conflito. Em certos contextos, são obras de arte. Em outros, representam um vazio que não foi elaborado.

E quando esse vazio se manifesta nas finanças?

Há adultos que agem como quem carrega um bebê reborn no colo: envoltos na ilusão de afeto, mas presos a relações em que não há crescimento, apenas manutenção da fantasia. É o que chamo de síndrome do bebê reborn nas finanças — quando a maturidade emocional é substituída por uma passividade disfarçada de conforto.

Imagine uma mulher que, na juventude, era símbolo de independência. Ganhava o próprio dinheiro, liderava, sonhava alto. Mas ao longo do casamento, foi delegando ao marido toda a gestão financeira da casa. Sem perceber, foi se desconectando do orçamento familiar, das senhas, dos investimentos, dos números — e, mais ainda, do próprio poder de decisão. Tornou-se dependente. Fragilizada. Sua força de escolha foi substituída por uma espécie de anestesia emocional.

Publicidade

A relação entre os dois foi, aos poucos, se desenhando — ainda que inconscientemente — como a de um cuidador e seu bebê reborn. Ele assumiu o controle de tudo; ela, a fragilidade constante. Ambos se prejudicaram: ele, pelo excesso de poder e responsabilidade; ela, pela infantilização que a afastou da própria autonomia. Um paternalismo silencioso se instalou, transformando o que era parceria em desequilíbrio. E o afeto foi sendo substituído por uma dinâmica disfuncional, onde o amor cedeu espaço à codependência.

A síndrome também aparece em pais que cuidam demais. Em vez de criar, controlam. Em vez de formar, protegem. E o resultado são jovens que crescem sem musculatura emocional para lidar com o risco. Supridos de tudo, mas desafiados de nada. Adultos infantis que esperam que a vida os acolha como o berço sempre acolheu. Muitos não conseguem se manter em empregos, procrastinam decisões ou mergulham em vícios digitais — em busca de conforto imediato. Como bebês reborn, são incapazes de reagir ao mundo real.

E há ainda os que enfrentam perdas — de pessoas, de status, de sentido — tentando se preencher por meio de fantasias financeiras. Consumo compulsivo, apostas, investimentos milagrosos: tudo como tentativa inconsciente de encontrar um bebê reborn simbólico. Algo que devolva o controle, a sensação de colo, o prazer que a vida real não tem oferecido. Mas o problema de investir em fantasias é que elas não retornam dividendos emocionais. Só mais carência.

A saúde mental fragilizada tem impacto direto na vida financeira. Transtornos como depressão, ansiedade alteram a percepção de risco, a tolerância à frustração e a capacidade de planejamento. Pessoas em sofrimento psíquico tendem à impulsividade, evitam o contato com a realidade financeira, doam ou gastam demais para compensar a dor, ou investem sem critério, movidas por esperança ou euforia.

Publicidade

O estresse crônico, por exemplo, afeta regiões do cérebro ligadas ao controle inibitório e ao pensamento de longo prazo. A consequência? Dificuldade em manter uma reserva de emergência ou seguir um plano financeiro sustentável. O cérebro busca alívio imediato — mesmo que isso custe a estabilidade futura.

Às vezes, o que parece cuidado é só controle disfarçado. Às vezes, o que parece amor é só medo de perder. Às vezes, o que parece aconchego é, na verdade, um esconderijo.

A síndrome do bebê reborn nas finanças trata-se da infantilização financeira e emocional de adultos. Da perda de autonomia, de relações afetivas adoecidas por controle e medo, do impacto da saúde mental na vida financeira, da codependência e do apagamento de identidade — inclusive em casamentos, famílias e ambientes de trabalho.

Se você se vê no papel de quem cuida de um bebê reborn financeiro — seja um parceiro, um filho ou até você mesmo — pergunte-se: estou ajudando alguém a crescer ou apenas sustentando a ilusão de que nada precisa mudar?

Publicidade

Se você se vê no papel de ser um bebê reborn financeiro, cuidado por alguém — alguém que paga suas contas, toma decisões por você, te poupa de tudo, te evita o real — também pergunte-se: quanto custa essa proteção? Quanto da sua liberdade foi trocada por esse colo?

A vida não pede perfeição. Pede presença. Responsabilidade. Troca real.

E talvez o maior gesto de amor — financeiro ou emocional — seja deixar o outro levantar, cair e aprender. Mesmo que doa. Porque gente de verdade chora, reage, muda. E, diferente dos bebês reborn, tem chance de crescer.

E o maior ganho de quem decide deixar de ser um bebê reborn financeiro não é a autonomia financeira em si. É a chance de reencontrar sua força. Sua voz. Sua vida real.

Publicidade

Encontrou algum erro? Entre em contato

Compartilhe:
  • Link copiado
O que este conteúdo fez por você?

Informe seu e-mail

Tudo Sobre
  • bebê reborn
  • dinheiro
  • Familias
  • filhos
  • Finanças

Publicidade

Mais lidas

  • 1

    Como montar uma carteira de fundos imobiliários equilibrada entre FIIs de tijolo e papel

  • 2

    Os 4 erros financeiros que levam aposentados a ficar sem dinheiro na velhice – e como evitá-los

  • 3

    Contas globais ganham força no Brasil; entenda os cuidados antes de escolher uma

  • 4

    Nubank surpreende com lucro robusto e desempenho superior aos bancos tradicionais: a análise dos resultados do 3T25

  • 5

    ‘Show de horrores’ na B3: conheça ações que, assim como a Hapvida, tombaram mais de 40% em um único pregão

Publicidade

Quer ler as Colunas de Ana Paula Hornos em primeira mão? Cadastre-se e receba na sua caixa de entrada

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Cadastre-se e receba Coluna por e-mail

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Inscrição feita com sucesso

Webstories

Veja mais
Imagem principal sobre o Como montar uma reserva de emergência para o seu pet em 2025
Logo E-Investidor
Como montar uma reserva de emergência para o seu pet em 2025
Imagem principal sobre o Fies: quem pode aderir à renegociação?
Logo E-Investidor
Fies: quem pode aderir à renegociação?
Imagem principal sobre o Bolsa Família: beneficiários têm até dezembro para fazer acompanhamento em saúde; veja onde
Logo E-Investidor
Bolsa Família: beneficiários têm até dezembro para fazer acompanhamento em saúde; veja onde
Imagem principal sobre o Detran-SP: o que é a LIVE – Liberação Instantânea de Veículos
Logo E-Investidor
Detran-SP: o que é a LIVE – Liberação Instantânea de Veículos
Imagem principal sobre o INSS: veja como pedir a devolução de descontos no novo prazo
Logo E-Investidor
INSS: veja como pedir a devolução de descontos no novo prazo
Imagem principal sobre o INSS: aposentados têm novo prazo para pedir devolução de descontos
Logo E-Investidor
INSS: aposentados têm novo prazo para pedir devolução de descontos
Imagem principal sobre o Fies: veja como fazer para renegociar a sua dívida
Logo E-Investidor
Fies: veja como fazer para renegociar a sua dívida
Imagem principal sobre o Fies: até quando estudantes podem renegociar dívidas? Veja prazo
Logo E-Investidor
Fies: até quando estudantes podem renegociar dívidas? Veja prazo
Últimas: Colunas
A distorção inconstitucional do IRPF mínimo sobre doações
Samir Choaib
A distorção inconstitucional do IRPF mínimo sobre doações

A inclusão de doações da parte não legítima na base de cálculo do imposto mínimo é um desvio conceitual que ameaça a lógica do sistema tributário brasileiro e acende o alerta para distorções e excessos na busca por arrecadação

16/11/2025 | 12h00 | Por Samir Choaib
Fadiga de IA e o doping corporativo: quando eficiência vira exaustão
Ana Paula Hornos
Fadiga de IA e o doping corporativo: quando eficiência vira exaustão

A era da inteligência artificial trouxe pressa, padronização e um novo tipo de cansaço que ameaça a autenticidade humana e empresarial

15/11/2025 | 12h00 | Por Ana Paula Hornos
O Brasil na COP30: se não for protagonista, será fornecedor de risco
Fabrizio Gueratto
O Brasil na COP30: se não for protagonista, será fornecedor de risco

Conferência global em Belém consolida a transição climática como variável financeira e força investidores a recalibrar portfólios diante do novo custo do carbono

13/11/2025 | 14h54 | Por Fabrizio Gueratto
O que esperar dos juros americanos em 2026 e como isso pressiona o câmbio nos países emergentes
Einar Rivero
O que esperar dos juros americanos em 2026 e como isso pressiona o câmbio nos países emergentes

Paralisação do governo americano interrompe divulgação de indicadores e deixa o Federal Reserve sem bússola para definir o rumo da taxa básica

12/11/2025 | 14h00 | Por Einar Rivero

X

Publicidade

Logo E-Investidor
Newsletters
  • Logo do facebook
  • Logo do instagram
  • Logo do youtube
  • Logo do linkedin
Notícias
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Negócios
  • Materias gratuitos
E-Investidor
  • Expediente
  • Fale com a redação
  • Termos de uso
Institucional
  • Estadão
  • Ágora Investimentos
Newsletters Materias gratuitos
Estadão
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube

INSTITUCIONAL

  • Código de ética
  • Politica anticorrupção
  • Curso de jornalismo
  • Demonstrações Contábeis
  • Termo de uso

ATENDIMENTO

  • Correções
  • Portal do assinante
  • Fale conosco
  • Trabalhe conosco
Assine Estadão Newsletters
  • Paladar
  • Jornal do Carro
  • Recomenda
  • Imóveis
  • Mobilidade
  • Estradão
  • BlueStudio
  • Estadão R.I.

Copyright © 1995 - 2025 Grupo Estado

notification icon

Invista em informação

As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador