O Ibovespa hoje fechou em queda de 0,18% aos 136.865,79 pontos, reagindo a uma agenda carregada de eventos no Brasil e no exterior. Nos Estados Unidos, o destaque foi a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de maio, métrica de inflação preferida pelo Federal Reserve (Fed). No cenário doméstico, os mercados acompanharam a divulgação da taxa de desemprego da Pnad Contínua.
Nos EUA, as Bolsas de Nova York fecharam em alta, com S&P 500 e Nasdaq atingindo novas máximas históricas de fechamento. Os índices chegaram a baquear durante a tarde com comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, relacionados a tarifas com o Canadá, mas o apetite ao risco acabou prevalecendo, com otimismo sobre acordo finalizado com China.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou na quinta-feira (26) que o acordo com o país asiático foi finalizado na terça-feira (24) e assinado por Trump na quarta-feira (25). Segundo Lutnick, o acordo reflete ainda as definições realizadas nas discussões bilaterais realizadas em Genebra e Londres e incluí as discussões sobre terras raras.
Nesta sexta-feira (27), Trump subiu o tom contra o Canadá em publicação na Truth Social, onde anunciou o encerramento imediato das negociações comerciais com o país. O republicano informou que comunicará as tarifas que o país vizinho enfrentará “dentro dos próximos sete dias”.
Ibovespa hoje: o que movimenta o índice
Pnad, Haddad e PCE ficam no radar
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,2% no trimestre encerrado em maio, de acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira (27), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado atingiu o piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 6,2% e 6,6%, com mediana de 6,3%.
Nos EUA, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,2% em maio ante abril, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Comércio, levemente acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, de 0,1%.
Além da agenda de dados econômicos, investidores também monitoraram falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou de evento da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Arcadas). Ele relembrou que aceitou o cargo para ministro da Fazenda após reafirmar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o projeto de “pobre no Orçamento e rico no Imposto de Renda”, um dos temas de campanha de Lula, era sério.
Bolsas europeias sobem; bolsas asiáticas fecham sem direção
As bolsas da Europa fecharam em alta nesta sexta-feira, ampliando ganhos do pregão anterior, após a secretária de Comunicação e porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, dizer na quinta-feira (26) que o prazo de 9 de julho para acordos comerciais não é crítico para o governo de Donald Trump. A Bolsa de Londres subiu 0,72%, a de Paris avançou 1,78% e a de Frankfurt ganhou 1,48%.
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, à medida que investidores desviam a atenção de volta para o noticiário sobre tarifas com os EUA, após as recentes preocupações com o Oriente Médio, e avaliam dados fracos de lucro industrial da China. O índice japonês Nikkei subiu 1,43% em Tóquio, enquanto o Hang Seng caiu 0,17% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi recuou 0,77% em Seul e o Taiex registrou modesto ganho de 0,39% em Taiwan. Na China continental, o Xangai Composto caiu 0,70%, mas o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,38%. No âmbito macroeconômico, os últimos dados do lucro industrial da China foram desanimadores, com queda anual de 9,1% em maio, que contrastou com o acréscimo de 3% de abril Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho pelo segundo pregão consecutivo: o S&P/ASX 200 recuou 0,43% em Sydney.
Dólar sobe contra moedas globais e petróleo fecha em alta
Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para agosto fechou em alta de 0,42% a US$ 65,52 o barril, e o Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 0,16% a US$ 66,80 o barril. No entanto, o WTI e Brent encerraram a semana com perdas robustas de 11% e 13%, respectivamente, após o cessar-fogo entre Israel e Irã.
O dólar se estabilizou ante outras moedas de economias desenvolvidas nesta sexta-feira, após tombar ontem em meio a preocupações com a independência do Fed. O índice DXY, que mede o dólar contra seis divisas fortes, fechou em alta de 0,26%, a 97,401 pontos. Contra o real, o dólar cedeu 0,29% a R$ 5,4829.
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