- Ele afirmou que a privatização do Banco do Brasil seria boa para incentivar a competição entre instituições financeiras e diminuir o spread bancário
- A declaração foi feita na segunda-feira (22), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura
O ex-presidente do Banco Central, sócio da Rio Bravo Investimentos e colunista do Estadão, Gustavo Franco, afirmou que a privatização do Banco do Brasil seria boa para incentivar a competição entre instituições financeiras e diminuir o spread bancário.
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A declaração foi feita na segunda-feira (22) em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. “Não há razão pra ter tão poucos intermediários, temos tido muitas iniciativas no plano regulatório com o intuito de incentivar a competição bancária. Seria muito bom se o Banco do Brasil fosse privatizado e tivesse um dono preocupado com resultado”, afirmou.
Franco disse que, por ser público, os custos do Banco do Brasil são maiores, já que as compras devem ser feitas por meio de licitação e há processos burocráticos que encarecem os produtos.
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“É ótimo para os privados terem um competidor que tem um custo maior. Você opera no preço do seu concorrente que tem preço mais alto e ganha muito dinheiro. O Banco do Brasil, do jeito que está, serve aos bancos privados”, declarou o economista, que defendeu o fim de estatais como a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada para conduzir um projeto de trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Ao responder a uma pergunta de Márcio Kroehn, editor-chefe do E-Investidor que participou do programa, Franco manifestou preocupação com a volta da inflação. “A inflação acordou um pouquinho. Mas, para um ex-alcoólatra, qualquer pouquinho é um perigo”, comparou. No entanto, o economista apontou que o regime de juros baixos deve continuar, ainda que haja algumas oscilações.
A carta que juntou banqueiros e economistas em defesa de medidas efetivas de combate à pandemia, da qual Franco é signatário, também foi assunto durante o programa. Para o economista, o manifesto obteve ampla repercussão porque não propõe nada de excepcional. “Precisamos agir coordenadamente. A carta propõe coisas muito simples: vacina, máscara, coordenação. Há uma demanda que não é por mágica, é por sensatez.”
O economista também disse que a relação inicial entre o presidente, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, era como um “casamento arranjado”, em que o projeto do líder do executivo precisava de um verniz liberal. Mas Franco afirmou que Guedes está fazendo o que pode, no meio de uma pandemia. “Se o Paulo sair, quem é que vai pra lá? Algum bolsonarista raiz?”, questionou.
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