O dólar hoje ganha fôlego na tarde desta segunda-feira (7) com os novos desdobramentos da agenda tarifária do presidente americano, Donald Trump, anunciados no inídio da tarde. O republicano anunciou, por meio de caras divulgadas em seu perfil na rede social Truth Social, que “quaisquer produtos” do Japão e da Coreia do Sul, enviados ao país serão taxados em torno de 25%. As alíquotas entrarão em vigor a partir do dia 1º de agosto. Trump destacou ainda que as medidas serão “separadas de todas as tarifas setoriais”. Às 14h (de Brasília), a divisa americana subiu 1,07%, sendo negociada a R$ 5,483 na venda.
Desde a semana passada, o mercado de câmbio fica sensível à agenda tarifária de Trump à medida que se aproxima o prazo final para as negociações, previsto inicialmente para o dia 9 de julho. Contudo, na última semana, o presidente dos EUA disse que as tarifas seriam aplicadas a partir do dia 1º de agosto, abrindo margens para que as tratativas prossigam até o fim do mês. Já no domingo (6), o republicano afirmou que os países alinhados às “políticas antiamericanas do Brics” vão pagar uma tarifa adicional de 10%. Segundo ele, “não haverá exceções a esta regra”.
“O desfecho dessas negociações segue como um ponto central para o comportamento dos mercados nas próximas semanas. A expectativa gira em torno da reação dos mais de 100 países que ainda estão fora dos pactos comerciais com os EUA”, diz Eurico Ribeiro, Assessor de Investimento da B&T XP. Vale lembrar que, na última semana, os EUA fecharam um acordo comercial com o Vietnã. A decisão dos dois países estabeleceu que os produtos vietnamitas importados para os Estados Unidos serão taxados com uma alíquota de 20%, menor que a taxa de 46% imposta no início de abril. A alíquota, porém, subirá para 40% caso os produtos sejam produzidos em outros países. Em contrapartida, os itens exportados dos EUA para o Vietnã não serão penalizados por tarifas.
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No Brasil, ficam no radar também o impasse em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em marcar a audiência de conciliação entre governo e Congresso para o dia 15 de julho. Após a sinalização da Corte, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o corte em emendas parlamentares, sinalizou que a medida provisória (MP) para compensar o IOF deve caminhar bem no Legislativo e prometeu pautar ainda este ano o projeto que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil — defendendo a taxação dos mais ricos para viabilizar a medida.
Apesar desses eventos, a tendência é que o dólar siga em uma tendência de queda. Para o fim 2025, a mediana do dólar do relatório Focus, divulgado na segunda-feira (7), permaneceu a R$ 5,70. Um mês antes era de R$ 5,80. Já as estimativas para a divisa americana para o fim de 2026 caiu de R$ 5,79 para R$ 5,75.
*Com informações de Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast