Começando a investir: como a IA pode ajudar você a escolher o melhor CDB
(Foto: Adobe Stock)
Para quem está começando a investir, as “caixinhas de investimento” costumam ser a porta de entrada. Elas não só ajudam o investidor iniciante a organizar suas finanças, como permitem que os montantes ali alocados possam ser turbinados com produtos financeiros, como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Apesar da aparente simplicidade, esse tipo de investimento ainda gera muitas dúvidas. A boa notícia é que a inteligência artificial (IA) pode ser uma poderosa aliada para tornar o processo mais fácil — desde que usada com responsabilidade e algum grau de conhecimento.
Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio-diretor da Multimarcas Consórcios, o principal erro de quem começa a investir direto das caixinhas é não compreender as diferenças entre os tipos de rentabilidade (prefixada, pós-fixada e atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) e não avaliar o emissor do título. “O investidor precisa entender como cada indexador funciona e diversificar sua carteira. Um CDB com liquidez diária, por exemplo, é ideal para quem está construindo uma reserva de emergência. Já os de prazo mais longo tendem a oferecer rentabilidade maior, mas exigem que o dinheiro fique preso até o vencimento”, explica Lamounier.
Mas como a tecnologia entra nessa equação? A IA pode ajudar no processo de comparação de opções e simulações de rentabilidade. Marcelo Billi, head de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima, destaca que hoje existem várias plataformas que oferecem calculadoras e comparadores de investimentos — muitas delas já integrando inteligência artificial. “É possível, por exemplo, pedir que a IA analise se um CDB específico rende mais do que a poupança ou se vale a pena optar por um título de prazo mais longo”, diz.
Nesse ponto, Fabio Santos, CEO da LP Digital e formado pelo MIT, reforça que a IA pode fazer mais do que apenas sugerir o CDB com a maior taxa: “Ela pode analisar o perfil da pessoa, quanto ela pode investir, seu nível de risco tolerável e se precisa de liquidez no curto prazo”, diz. “Com essas informações é possível cruzar com dados reais de mercado, como projeções de juros e risco da instituição emissora. Não é só sobre onde investir, mas por que aquele caminho faz sentido para o seu momento de vida.”
Contudo, Billi ressalta que a IA só é útil se for bem alimentada com os dados corretos. “Se a pessoa não souber orientar a IA com as variáveis certas — como taxa de juros, tipo de CDB, prazo de resgate, ou se existe desconto à vista no caso de uma compra, por exemplo — a resposta pode sair errada ou até confusa. A IA sabe fazer contas, mas ela precisa de contexto. É como uma calculadora inteligente: quem opera precisa saber o que está calculando.”
Santos concorda e completa: “Esse medo é comum. Muita gente acha que precisa entender de planilha ou finanças, mas a boa IA é aquela que te faz perguntas simples e vai aprendendo com você. Quanto mais você interage, mais ela entende seu perfil e consegue traçar simulações coerentes. E o melhor: com poucos dados já dá para obter recomendações úteis, desde que o sistema seja bem projetado.”
A tecnologia, portanto, pode reduzir a complexidade do investimento, mas não elimina a necessidade de aprendizado.
Decidi começar a investir em CDBs pelas caixinhas, posso usar IA?
Os CDBs são amplamente recomendados para quem quer sair da poupança e começar a investir com mais inteligência. E a IA pode ser uma grande aliada nessa jornada, desde que usada com critério, com boas perguntas e uma dose de educação financeira. Afinal, mesmo no mundo da tecnologia, o conhecimento continua sendo o melhor investimento.
A dica, segundo o especialista da Anbima, é começar com o básico: montar um fundo de emergência. “Isso é o feijão com arroz. Não adianta aplicar tudo em um CDB de longo prazo e depois precisar do dinheiro antes. Aí você corre o risco de resgatar com prejuízo ou de não conseguir acessar os recursos a tempo”, afirma.
Santos, da LP Digital, deixa um alerta: “A IA não é mágica. Ela é poderosa, mas precisa ser usada com consciência. Simulação não é garantia, e qualquer recomendação sem explicação deve ser vista com cautela. O investidor do futuro terá uma jornada acompanhada por uma IA que entende suas emoções, objetivos e decisões ao longo do tempo. Mas, até lá, é essencial manter senso crítico, entender o básico e lembrar que a IA é um copiloto. Quem segura o volante é você.”
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Veja, na tabela abaixo, dicas dos especialistas sobre como começar pelas caixinhas de investimento, migrar para um CDB e ter a ajuda da IA em todo esse processo: