A XP projeta um trimestre “decente” para a Ambev (ABEV3), que deve se beneficiar de uma base de comparação anual maior. Diante disso, a corretora elevou o preço-alvo para o fim de 2026 de R$ 13 para R$ 13,40, o que representa um potencial de valorização de 1,28% ante o último fechamento, na quinta-feira (10). A recomendação permanece neutra.
Os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak estimam que a companhia deve apresentar receita líquida de R$ 21,9 bilhões, alta anual de 9,4%; o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve crescer 6,3% sobre o ano anterior, chegando a R$ 6,1 bilhões; e o lucro líquido, avançando anualmente 4,4%, deve alcançar R$ 2,5 bilhões.
“Para o ano, estamos elevando modestamente nossas estimativas, principalmente devido a projeções mais otimistas para as margens da cerveja brasileira e os resultados internacionais, mas ainda abaixo do consenso”, afirmam os analistas, que veem a ação negociada a um múltiplo de 14 vezes o preço/lucro para 2026.
Cerveja e não alcoólicos
A XP projeta queda de 1,5% nos volumes de cerveja Brasil no trimestre, por causa de base de comparação elevada, clima mais adverso e aumento de preços. Por outro lado, a companhia espera aceleração na receita líquida por hectolitro, o que deve levar a receita total a R$ 9,7 bilhões, alta anual de 4,2%. Para o segmento, os custos devem ser obstáculo, reduzindo a margem Ebitda em 11 pontos-base na comparação anual, para 30,1%.
Já em bebidas não alcoólicas, a corretora prevê trimestre razoável, mesmo com clima desfavorável e base comparativa mais alta. “A pressão sobre custos deve permanecer relevante no trimestre e, mesmo com melhor gestão de despesas gerais e administrativas”, afirmam os analistas, que projetam contração de 11 pontos-base na comparação anual.
No mercado internacional, a XP espera que América Central e Caribe (CAC) e Canadá continuem sob pressão, enquanto a América Latina do Sul (LAS) deve seguir com melhora gradual. Ainda assim, a corretora projeta contração anual de margem em LAS e CAC, mas leve avanço no Canadá.