Os segmentos de saúde e educação podem sentir efeitos marginalmente negativos e indiretos das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para produtos brasileiros, avaliam os analistas Andre Salles, Leonardo Olmos e Eduardo Resende do UBS BB.
Em relatório, eles destacam que a maior exposição desses setores pode ser decorrente de inflação mais alta e do real potencialmente mais fraco, além do menor apetite para investimentos no País.
A equipe de analistas ainda salientou que as empresas com alavancagem significativa e dívida baseada em dólar estão mais expostas. Já num cenário de tarifas recíprocas, poderia haver um efeito maior sobre o segmento de saúde, já que o mercado norte-americano representa uma parcela significativa das importações de ambos materiais e medicamentos.
“Em caso de retaliação, acreditamos que as negociações da indústria de saúde serão chave para limitar potenciais impactos negativos na indústria”, destacaram os analistas, que apontam para potencial aumento de custo em medicamentos e materiais impostados.
Contudo, os analistas salientam que dada a importância do sistema de saúde público para a população brasileira, “acreditamos que o setor possa ter um potencial para negociar uma isenção em uma potencial retaliação de tarifas”.
Eles também destacam que com parte das receitas hospitalares diretamente atreladas a medicamentos e materiais, eles estariam melhor posicionados do que as operadoras para suportar o potencial choque de preços em caso de retaliação brasileira. Esse aumento de custos, no entanto, seria repassado aos consumidores. “Controlar aumentos de preço em alguns medicamentos, isso poderia criar um desequilíbrio no mercado, impactando severamente as importações”.