O governo dos Estados Unidos planeja cobrar uma taxa extra de US$ 250 (cerca de R$ 1.397) para estrangeiros obterem o visto para entrar no país. A medida faz parte de uma das propostas do megaprojeto fiscal de Donald Trump, apelidado de One Big Beautiful Bill – algo como “Um grande e belo projeto” em português.
No começo de julho, o Congresso americano aprovou o pacote, que diminui impostos para empresários, amplia gastos e reduz a verba de programas sociais. O projeto deve aumentar a dívida pública dos Estados Unidos em cerca de US$ 3,3 trilhões ao longo dos próximos anos, segundo a estimativa do Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês).
Entre as medidas está a Visa Integrity Fee (taxa de integridade do visto, em português), como foi chamada a taxa extra para o visto, que será cobrada quando o documento for emitido, somando-se às taxas já existentes. Atualmente, os interessados em emitir um visto de não-imigrante para turismo, por exemplo, já tem de desembolsar US$ 185 (o equivalente a cerca de R$ 1.034).
O governo americano não informou quando a cobrança da nova taxa entrará em vigor, mas o próximo ano fiscal dos Estados Unidos tem início em outubro. O texto do projeto ainda destaca que o preço da tarifa poderá sofrer alterações pela secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, além de ser corrigido anualmente pela inflação.
O visto citado na lei engloba, por exemplo, turistas, estudantes, jornalistas e visitantes de intercâmbio, além de pessoas que fazem tratamento médico nos Estados Unidos.
Visto para investidores
Como mostramos nesta matéria, investidores de alta renda que desejam morar nos EUA contam com uma alternativa estratégica: o visto EB-5, que permite a conquista do Green Card, documento de residência permanente no país.
A categoria oferece benefícios não apenas ao investidor, mas também ao seu cônjuge e filhos solteiros menores de 21 anos. Para se qualificar, é necessário cumprir três requisitos: investir em negócios nos EUA, gerar no mínimo 10 empregos em tempo integral para trabalhadores americanos e comprovar a origem lícita dos recursos aplicados.
Empreendimentos em áreas com maior desemprego, denominadas Target Employment Areas (TEA) – Áreas-alvo de Empregos, em português –, contam com limites menores. Já os investimentos fora de uma TEA devem partir de US$ 1,05 milhão.
Gold Card?
Em 2025, Trump apresentou o primeiro “Gold Card” ou “cartão ouro”, um visto de residência no país que custará cerca de US$ 5 milhões. O projeto, cujo cartão tem a foto do presidente americano, foi anunciado em fevereiro como uma opção para estrangeiros ricos que desejam obter cidadania e o direito de viver e trabalhar legalmente nos Estados Unidos.
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No mês de junho, o republicano divulgou, em sua rede Truth Social, o site do “Gold Card”. “Por US$ 5 milhões, o ‘Trump Card’ está vindo. Milhares já entraram em contato perguntando como eles podem se registrar para trilhar o lindo caminho que permite acesso ao maior país e mercado do mundo. Ele se chama Estados Unidos. A lista de espera está oficialmente aberta”, escreveu sobre o visto.