O Dow Jones fechou em alta de 0,53%, aos 44.254,78 pontos. O S&P 500 avançou 0,32%, nos 6.263,70 pontos e o Nasdaq terminou o dia com ganho de 0,25%, aos 20.730,49 pontos, nova máxima histórica de fechamento.
A possibilidade de Powell ser substituído ainda este ano na presidência do Fed acendeu alerta dos investidores, com os mercados acionários de NY tendo queda momentânea até que Trump desmentisse as informações. A alta, contudo, seguiu limitada pelo aceno do republicano de que irá notificar países menores sobre tarifas e que eles enfrentarão alíquotas superiores a 10%.
Com a divulgação de balaços de grandes instituições financeiras pela manhã, o Bank of America caiu 0,33%, o Morgan Stanleycedeu 1,33% e Goldman Sachs teve alta de 0,82%. A Alcoa (+0,32%) e a United Airlines (+2,42%) divulgam seus resultados trimestrais após o fim do expediente.
Já o avanço do setor de saúde (+1,22%) no pregão foi impulsionado pela Johnson & Johnson, que subiu mais de 6% depois que os lucros e as vendas do segundo trimestre superaram as estimativas dos analistas.
A ASML tombou 8,33%, com a fabricante holandesa de equipamentos para chips afirmando que não poderia garantir o crescimento em 2026 por causa da incerteza tarifária.
A AMD subiu 2,87% e a Nvidia teve alta de 0,39%, ainda na esteira da informação de que receberá garantias do governo dos EUA de aprovação dos pedidos para vender o chip H20 AI à China.
Juros em baixa
Os juros dos Treasuries operaram em baixa hoje, em sessão que teve como destaque os rumores sobre uma eventual demissão do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, pelo presidente Donald Trump. O republicano segue pressionando por cortes de juros, e as movimentações elevaram a expectativa de uma redução de taxas em setembro. Além disso, o dia contou com a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) americano de junho.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caia a 3,889%. O rendimento da T-note de 10 anos recuava a 4,453%, enquanto o do T-Bond de 30 anos tinha queda a 5,007%.
Em jantar com deputados republicanos na noite desta terça-feira, Trump apresentou um rascunho do que seria uma carta de demissão de Powell, revelou o The New York Times, e ganhou mais apoio para seguir em frente. O mandato termina em maio do próximo ano. Além da carta, múltiplos relatos sugeriram que o republicano planeja exonerá-lo em breve, possivelmente, no início de agosto.
Trump voltou a negar que planeja demitir Powell, indicou que a mudança no comando da instituição “acontecerá nos próximos oito meses”, mas renovou as críticas ao chefe do Fed. Seguindo os rumores, o mercado aumentou a aposta de corte de juro pelo Fed em setembro, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group. A ferramenta exibia chance de 66,1% de o BC americano reduzir as taxas em setembro, com a aposta de corte de 25 pontos-base (pb) como principal (63,1%). A possibilidade estimada de manutenção de juros em setembro era de 33,9%. Antes, o mercado estimava 55,6% de chance de corte de juros em setembro, contra 44,4% de manutenção.
A Capital Economics avaliou que os dados do PPI de junho nos Estados Unidos trouxeram “notícias ligeiramente melhores” sobre a inflação medida pelo núcleo do PCE, principal métrica acompanhada pelo Fed. Apesar da leitura mais branda, a Capital alerta que os riscos inflacionários relacionados à política comercial seguem no radar. “Os preços estão subindo em ritmo mais lento do que prevíamos no início do ano, mas a recente agressividade de Trump em relação ao comércio sugere que a história está longe de acabar”, avalia.
O diretor do Fed Michael Barr apontou nesta quarta-feira que o nível elevado dos empréstimos de fundos hedge pode ser ruim para o mercado de Treasuries no futuro, caso os investidores optem por reduzir rapidamente suas posições em títulos em um ambiente de baixa proteção. O dirigente afirmou que o banco central está monitorando de perto as transações dos fundos hedge, classificando-os como essencial para garantir a provisão de liquidez e eficiência entre o mercado de títulos e outros setores.
Moedas Globais: dólar recua ante pares com Powell e tarifas no radar
O dólar recuava ante principais pares nesta quarta-feira, embora tenha arrefecido a queda após o presidente dos EUA, Donald Trump, negar relatos sobre possível demissão do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Investidores também acompanharam as ameaças tarifárias do republicano, que prometeu divulgar em breve uma lista de tarifas acima de 10% para países menores.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,22%, a 98,392 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), a divisa americana caía a 147,87 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1636 e a libra avançava a US$ 1,3418.
Trump afirmou hoje que “não estamos planejando nada” em relação à possível demissão de Powell da presidência do Fed, como relatado mais cedo pela imprensa americana – em reportagens que o presidente chamou de “não verdadeiras”. No entanto, o republicano voltou a criticar duramente o chefe do banco central e indicou que a mudança no comando da instituição “acontecerá nos próximos oito meses”.
O desejo de Trump por taxas de juros mais baixas, que são contrárias à sua afirmação de que a economia está avançando no ritmo mais rápido, acrescentaria mais complexidade à negociação mais ampla do dólar, segundo especialistas.
Uma remoção ou renúncia de Powell desencadearia uma nova rodada de grave volatilidade descendente, e os danos viriam para ficar, diz o ING. “O valor do dólar como moeda de reserva reside fundamentalmente na independência do Fed, o que significa que grandes fluxos de saída da divisa americana provavelmente seriam justificados”, acrescenta o banco holandês.
O Morgan Stanley chama a atenção para o fato de que o euro subiu mais de 12% até agora neste ano e que a próxima fase de ganhos “pode ser tão grande quanto, se não for maior”.