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Colunista

Os riscos no Brasil trazem mais argumentos para investir no exterior

Entenda por que diversificar globalmente é essencial para proteger seu patrimônio

Investir fora do Brasil pode ajudar a proteger o patrimônio da instabilidade econômica (Foto: Adobe Stock)
Investir fora do Brasil pode ajudar a proteger o patrimônio da instabilidade econômica (Foto: Adobe Stock)

Há muitos e variados motivos para um brasileiro investir no exterior. Podemos falar da baixa correlação que muitos investimentos no exterior têm com os investimentos locais, o que significa menor risco para a sua carteira de investimentos, mantendo o mesmo nível de desempenho. Ou ainda da possibilidade de investir em estratégias não acessíveis no Brasil, como por exemplo tecnologia, armamentos globais, farmacêuticas e tantas outras que dominam a cena dos investimentos globais, mas que são inacessíveis dentro do Brasil. Mesmo em setores que são acessíveis no Brasil, temos no exterior as empresas líderes.

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Outro ponto interessante é a proteção cambial, lembrando que os brasileiros, de fato, comem e bebem em dólares. Recente estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que por volta de 20% da cesta de consumo dos brasileiros está indexada em dólares.

Hoje, muito brasileiros têm filhos estudando no exterior, viagens e outros gastos associados a divisas fortes como o dólar e euro. Além disso, é preciso considerar os riscos de manter a sua carteira de investimentos totalmente no Brasil. Uma passada pelos rankings globais nos mostra isso.

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O ranking de segurança jurídica (Rule of Law – World Justice Project) coloca o Brasil na posição 80ª entre 142 países. Isso significa que se você tiver um contencioso na Justiça, pode levar anos e anos para resolver. Um bom exemplo é o processo da família imperial que levou 125 anos para ser resolvido.

Um segundo risco a ser observado é apresentado pelo CDS – Credit Default Swap, que é uma espécie de seguro contra a moratória de um país. O do Brasil é muito volátil. Este ano de 2025 começou em 214, caiu para 164, voltou para 210 e agora está em 147. Falando nos países mais centrais, o da Alemanha está em 8, o da Itália em 44, o da Espanha em 28 e o do Reino Unido em 17. Estados Unidos com todo o tumulto criado pela administração Trump, tem CDS da ordem de 35. Enfim, Brasil com muito risco.

As agências de rating (risco de crédito) classificam os diferentes países. O Brasil tem um rating de investimento considerado especulativo, sendo que a S&P classifica o País como BB, assim como a Fitch. A Moody’s classifica como Ba1.

Há perto de 20 anos, o País foi considerado Grau de Investimento com rating acima do BBB- para a S&P e a Fitch, e Baa3 para a Moody’s. Mas isso durou pouco e voltamos ao grau de investimento especulativo. Portugal e Espanha são classificados como A pela S&P e Fitch. Reino Unido está em AA pela S&P que classifica os EUA como AA+ – era AAA, a mais alta classificação, mas a incerteza causada pela administração Trump fez as agências reduzirem o rating. Novamente risco alto para o Brasil, existindo portos muito mais seguros.

A consultoria Kearney faz um índice sobre sentimento em relação a investimento estrangeiro onde classifica as 25 maiores economias do mundo segundo as respostas dos executivos entrevistados. Brasil está em 21º lugar. Há 20 outros países mais interessantes para investimento estrangeiro. Isso deveria preocupar os brasileiros, ou pelo menos nos fazer olhar para as demais economias. Mesmo entre os 7 emergentes listados, nossa posição está longe de ser destacada, estamos em 4º lugar.

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Chegamos ao último risco, o tributário. O Brasil está classificado em 54º lugar entre 64 paises avaliados pelo Tax Complexity Index da Universidade de Paderborn & LMU Munique em termos de complexidade do sistema tributário. Outros rankings, como o Doing Business, indicam que o país tem um sistema complexo, gerando incerteza para os contribuintes e investidores.

A recente brusca alteração nas alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que atingem diretamente o brasileiro que tem investimento no exterior, é um bom exemplo. E pior que o aumento da alíquota é o vai e vem das decisões e sobretudo a total falta de visão de longo prazo dos governantes, que tomam decisões que prejudicam significativamente a vida dos brasileiros.

Triste, mas temos que lembrar que a voracidade fiscal do Estado brasileiro é conhecida há séculos, tornando o ambiente para investimentos sempre mais arriscado. E jamais discutimos a causa real dos nossos déficits que é o excessivo tamanho do estado e a incrível má gestão da coisa pública. Muito mais risco que nos países centrais.

Enfim, há um risco grande para o patrimônio dos brasileiros e que não pode ser negligenciado. Evidentemente, há muitos outros riscos associados ao País, mas acredito que esses já sejam bons motivos para que os investidoess tenham parte relevante do seu patrimônio no exterior.

 

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