Embraer está entre as empresas que podem ser mais afetadas pelas tarifas dos EUA. (Foto: Adobe Stock)
O CEO da Embraer (EMBR3), Francisco Gomes Neto, disse em entrevista à Folha de S. Paulo que a companhia rejeita a ideia de uma possível retaliação do governo brasileiro como resposta às tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo ele, esse caminho elevará o nível de tensão entre os dois países e que, por isso, é preciso esgotar todos os canais de negociação. Gomes Neto defende uma estratégia alternativa, apresentada por empresários brasileiros ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que prevê concessões dos dois lados.
O executivo diz já estar em contato com autoridades americanas e considera possível chegar a um acordo que preveja o aumento da balança comercial dos dois países. O objetivo seria uma elevação das compras de produtos e serviços de ambos os lados, com eliminação da tarifa em alguns setores.
“Não dá para resolver tudo, mas acho que dá para fazer o movimento dos dois lados”, diz o CEO da Embraer (EMBR3). A sobretaxa de 50% anunciada por Trump a produtos brasileiros coloca em risco grande parte do faturamento da empresa, 60% oriundo dos Estados Unidos, e as atuais 181 encomendas feitas por companhias aéreas americanas como Republic e American Airlines.
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