

Por Daniel Rocha
18/07/2025 | 9:59 Atualização: 18/07/2025 | 17:24

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O dólar à vista fechou em alta nesta sexta-feira (18) com o mercado atento à tensão política e comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. Isso porque a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na manhã desta sexta-feira (18). Na abertura de mercado, o câmbio iniciou as negociações em alta de 0,26%, a R$ 5,5615, por volta das 9h (de Brasília). No encerramento, os ganhos foram de 0,73%, com a moeda a R$ 5,5876, no maior nível de fechamento desde 4 de junho.
“A movimentação cambial desta sessão reflete a busca por proteção diante da possibilidade de novas sanções por parte do governo Trump, após medidas do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a administração anterior”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. “No mercado local, a cautela ganhou força e a demanda defensiva pela divisa americana levou o câmbio a se aproximar de R$ 5,6. A volatilidade permanece elevada e segue atrelada às expectativas em torno dos desdobramentos diplomáticos e políticos”, acrescenta.
Segundo informações do Estadão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o ex-presidente ficará submetido a “medidas restritivas”, como o uso de tornozeleira eletrônica e sem acesso a redes sociais, diante do risco de Bolsonaro pedir asilo político a Donald Trump, nos Estados Unidos.
A operação, no entanto, pode dificultar as negociações do Brasil com a Casa Branca sobre as tarifas de 50% impostas sobre os itens brasileiros. Na última semana, quando houve o anuncio das taxas contra o País, o republicano justificou as medidas como uma resposta ao tratamento dado ao ex-presidente. Na quinta-feira (17), um novo aceno a Bolsonaro. Trump disse em carta que Jair Bolsonaro recebe tratamento terrível pelas mãos de um sistema judiciário injusto. “Esse julgamento tem de terminar imediatamente. Não me surpreenda que você esteja liderando as pesquisas”, afirmou Trump em carta direcionada ao “honorável” Bolsonaro e reproduzida na plataforma Truth Social.
Em cadeia nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu, na quinta-feira (18), às retaliações do governo americano. Lula chamou o tarifaço dos EUA de “chantagem inaceitável” e criticou os políticos que apoiam a iniciativa, classificando-os de “traidores da Pátria”. “O filho do Bolsonaro foi pedir para o Trump dar um golpe no Brasil. E o Trump mandou uma carta desaforada para o governo brasileiro, pedindo para acabar com a perseguição ao Bolsonaro”, disse Lula em rede nacional. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mantém relação estreita com a Casa Branca para tentar impor sanções ao juiz Alexandre de Moraes, do STF, responsável pelo julgamento de Bolsonaro que é acusado de tentativa de golpe de Estado.
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Com informações do Broadcast
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