

Por Daniel Rocha
21/07/2025 | 9:18 Atualização: 21/07/2025 | 17:25

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O dólar hoje iniciou a semana fechando em queda de 0,40%, cotado a R$ 5,5650. O desempenho surge em um período de agenda esvaziada no exterior. Os investidores ficaram atentos aos sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a trajetória dos juros americanos. Há dirigentes que defendem o início de cortes das taxas na próxima reunião, prevista para os dias 29 e 30 de julho.
O desempenho do câmbio também reflete a tensão comercial e diplomática entre os Estados Unidos e o Brasil. Investidores temem novas retaliações de Donald Trump contra o País após o Supremo Tribunal Federal (STF) impor medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que inclui o uso de tornozeleira eletrônica e proibição do acesso as redes sociais.
Como mostramos nesta reportagem, a decisão é fruto de uma operação da Polícia Federal (PF) que apontou que o ex-presidente incentivou as articulações para que os EUA apliquem sanções econômicas ao governo brasileiro. O objetivo da família Bolsonaro é de impedir o julgamento da ação sobre um golpe de Estado, no qual o ex-presidente é réu. Como resposta às medidas, o governo de Trump revogou o visto do ministério do STF, Alexandre de Moraes, e de outros sete ministros da Corte.
Agora, os investidores acreditam que novas retaliações sejam anunciadas com potencial de piorar o cenário econômico para o Brasil. Desde o dia 9 de julho, o governo brasileiro tenta negociar com os EUA as taxas de 50% que foram impostas sobre o País. Na época, o republicano justificou as alíquotas como uma reposta ao tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a decisões do STF contra empresas americanas de tecnologia. A taxa está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto. Em entrevista à CBN na manhã desta segunda-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo brasileira está atento aos efeitos setoriais das tarifas e que buscam negociações. “Não ficaremos parados até agosto”, afirma.
Apesar do risco geopolítico que se soma às críticas de Trump ao bloco econômico do Brics, Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP, diz que o diferencial de juros do Brasil com a de outros mercados ajuda a sustentar a alta do real frente ao dólar. “A curva precifica uma Selic alta por mais tempo, o que continua garantindo prêmio atrativo para o capital estrangeiro”, diz Costa.
Dados da Elos Ayta Consultoria mostram que a fraqueza do dólar não é realidade apenas para o real. A moeda tem perdido força em 24 das 27 principais economias do mundo desde o dia 20 de janeiro, quando Trump assumiu a presidência. A maior desvalorização da divisa americana foi diante do rublo russo, com recuo de 23,40%. Logo depois, aparecem as quedas frente à coroa sueca e ao franco suíço, com perdas de 13,66% e 13,04%, respectivamente.
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“Esse movimento é expressivo e carrega implicações econômicas relevantes. A queda generalizada do dólar tende a impulsionar mercados emergentes, facilitar o alívio de dívidas externas e estimular as bolsas de valores, como já apontado em relatório anterior da própria consultoria”, diz Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria e responsável pelo levantamento.
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Com informações do Broadcast
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