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Analistas ouvidos pelo E-Investidor apontam o Itaú como o único que pode se salvar do cenário macroeconômico adverso desta temporada, enquanto Santander e Bradesco podem apresentar leve desaceleração devido à Selic a 15% ao ano.
O foco principal, porém, paira sobre Banco do Brasil, que deve mostrar disparada da inadimplência, piorando os resultados já negativos vistos no trimestre anterior.
O Santander é o primeiro a divulgar o seu balanço do segundo trimestre de 2025. A expectativa é que o banco reporte lucro líquido entre R$ 3,5 e R$ 3,8 bilhões, conforme os analistas de Ágora Investimentos, Genial Investimentos, Goldman Sachs, Safra, UBS BB e XP Investimentos.
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O número equivale a uma alta entre 9,3% e 18,6% na comparação com o segundo trimestre de 2024. No entanto, o piso de R$ 3,5 bilhões representa uma queda de 9,32% em relação ao primeiro trimestre de 2025.
“Essa deterioração tende a acontecer devido a uma margem com o mercado negativa em R$ 450 milhões, revertendo o resultado positivo apresentado no 1T25″, dizem Eduardo Nishio, Nina Mirazon e Luis Degaspari, que assinam o relatório da Genial.
“A linha deve ser impactada pela alta da Selic, pois o banco passou a adotar proteção contra variações nas taxas de juros apenas nas operações a partir do 3T24”, afirma a Genial
Além da margem com o mercado, a companhia deve apresentar piora de até 0,3 ponto porcentual na inadimplência. A estimativa é do UBS BB, que vê a possibilidade de o indicador subir para 3,6% no 2T25. Os analistas afirmam que a piora dos calotes dos clientes deve impulsionar as Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) para até R$ 6,72 bilhões, disparada de 14,1% na comparação anual.
Para os especialistas, esses resultados não são positivos, visto que o trimestre anterior costuma ser sazonalmente mais fraco que o 2T25 devido às despesas dos clientes do banco no início do ano.
O Bradesco deve apresentar rentabilidade menor do que a do Santander. As estimativas das casas consultadas pelo E-Investidor apontam para um ROE entre 13,6% e 14,7%, equivalentes a altas de 2,8 a 3,9 pontos porcentuais na comparação com o ROE de 10,8% do segundo trimestre de 2024.
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Ainda que o indicador fique abaixo do custo de capital, os analistas dizem que ele mostra que o banco está subindo mais um degrau em sua trajetória de recuperação.
O Safra espera lucro de R$ 6 bilhões no segundo trimestre de 2025 para o Bradesco, alta de 3,2% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e disparada de 28,3% na comparação com o segundo trimestre de 2024. O bom desempenho, conforme o banco, virá da área de seguros da companhia.
A XP diz que o banco deve continuar evoluindo, mas de uma forma lenta e não linear. Por isso, os especialistas estimam que a companhia deve reportar lucro líquido de R$ 5,63 bilhões no segundo trimestre de 2025, alta de 19,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas queda de 4% em relação ao primeiro trimestre de 2025.
A corretora estima leve crescimento na inadimplência do Bradesco em 0,1 ponto porcentual, para 3,2%. “No geral, vemos um declínio sequencial modesto nos lucros como parte de um caminho de recuperação não linear”, afirmam, os analistas.
“O Bradesco continua no caminho certo, mas as melhorias provavelmente ocorrerão em etapas, em vez de linha reta”, dizem Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, que assinam o relatório da XP.
O Bradesco divulga seus resultados na próxima quarta-feira (30) após o fechamento do mercado.
Se os demais bancos estão passando por momentos desafiadores, o Itaú se mantém firme em termos de crescimento e rentabilidade. Os analistas projetam lucro líquido entre R$ 11,3 bilhões e R$ 11,6 bilhões para o segundo trimestre de 2025.
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Os números implicam em alta de 1,6% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e de 12,2% na comparação com o segundo trimestre de 2024, conforme as projeções mais conservadoras do Goldman Sachs e UBS BB. Já a estimativa da Ágora Investimentos aponta para crescimento de 15,2% na comparação anual e avanço de 4,3% na trimestral.
Os analistas dizem que o Itaú apresentará um balanço sólido de alta rentabilidade, com ROE estimado entre 22,1% e 23,4%, além de baixa inadimplência. O indicador deve ficar entre 1,99% nas estimativas do Safra e 2,5% na perspectiva do Goldman Sachs.
O UBS BB afirma que o bom resultado é fruto da estratégia do banco de procurar crédito menos arriscado, deixando a qualidade da carteira elevada. Desse modo, o investidor pode esperar um balanço robusto do Itaú, assim como nos trimestres anteriores.
As piores expectativas se concentram no balanço do Banco do Brasil. O Safra estima lucro líquido de R$ 4,64 bilhões para o BB no segundo trimestre de 2025, tombo de 51,1% na comparação com o mesmo ciclo de 2024. No trimestre passado, o banco mostrou alta da inadimplência e das provisões devido à carteira do agronegócio. No entanto, os analistas dizem que essa deterioração não deve ficar restrita somente a esse setor.
Os analistas consultados pela reportagem estimam que a inadimplência do BB deve ficar entre 4,2% e 4,5%, altas de 1,5 e 1,2 ponto porcentual, respectivamente, na comparação com o segundo trimestre de 2024.
“Projetamos mais um trimestre fraco para o BB“, diz o Safra.
“Embora a atenção do mercado esteja atualmente voltada para o segmento rural — para o qual ainda não esperamos nenhuma melhora —, acreditamos que a queda no segundo trimestre possa vir da carteira de crédito corporativo, especialmente de pequenas e médias empresas”, dizem os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre, do Safra.
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A equipe do Safra espera a rentabilidade do BB em 10,3% no segundo trimestre de 2025, queda de 11,3 pontos porcentuais em relação ao ROE de 21,6% do segundo trimestre de 2024, devido à alta da inadimplência. O Goldman Sachs tem projeção ainda pior, com ROE de 10,2%.
Entre todas as casas consultadas pela reportagem, a XP ainda é a mais otimista. Os analistas estimam rentabilidade de 12% para o Banco do Brasil, 2 pontos porcentuais acima da faixa média de 10% dos demais especialistas. A XP acredita que a deterioração ainda deve continuar na carteira do agronegócio, em vez de ser algo generalizado nas demais carteiras.
A corretora afirma que o mercado até pode se surpreender com o balanço, mas ainda prefere manter a cautela.
“Embora alguma melhora inesperada nos resultados seja possível, a suspensão das projeções (guidance), combinada com uma deterioração nos dados recentes de qualidade de crédito nos leva a considerar a dinâmica de curto prazo do banco como bastante desfavorável”, explicam Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães.
O Banco do Brasil divulga seu balanço em 14 de agosto.
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Em meio ao ciclo da atual temporada de balanços, o consenso dos analistas é que o Itaú continua como a ação favorita do mercado. O ativo ocupa a posição de Top Pick nas carteiras de Ágora Investimentos, Genial, Goldman Sachs, Safra e XP Investimentos. Entre os quatro bancos analisados, o Itaú é o único que deve mostrar resultado sólido e resiliente no contexto atual.
A Ágora Investimentos calcula dividend yield (rendimento de dividendos) de 8,2% para a ação ITUB4. O Safra estima que o Itaú deve pagar 8,8% do seu valor de mercado em proventos em 2025.
O único a ter mais cautela com o banco sob a gestão de Maluhy Filho é o UBS BB. Os analistas do UBS têm recomendação neutra para o papel devido ao preço do ativo, visto que a ação já subiu 33% no acumulado do ano, deixando pouco espaço de alta para a companhia.
O banco suíço estima um rendimento em dividendo de 7,6% para o Itaú. O preço-alvo calculado para o fim de 2025 é de R$ 40, avanço de 13,6% na comparação com o fechamento de sexta-feira (25), quando a ação encerrou o pregão a R$ 35,21
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Em linhas gerais, o cenário parece desafiador para o investidor. O Banco do Brasil pode apresentar piora e sofrer pressão do mercado. Santander tende a mostrar desaceleração dos resultados. O Bradesco se recupera, mas a passos lentos. Já o Itaú pode entregar bons resultados, mas a ação pode estar cara, mesmo que essa seja uma visão isolada do UBS.
Segundo analistas, o Banco do Brasil (BBAS3) tende a ter o desempenho mais fraco, com queda no lucro e forte alta na inadimplência.
A maioria dos analistas vê o setor com cautela. Mesmo o Itaú, com bons resultados, pode já estar com preço esticado, o que reduz o potencial de valorização.
Sim. A taxa Selic elevada tem pressionado as margens dos bancos, afetado a rentabilidade e contribuído para aumento da inadimplência em algumas instituições.
O Itaú (ITUB4) ainda é o preferido da maior parte das casas de análise, mas há divergências sobre se ainda há espaço de valorização.
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