A CSN Mineração (CMIN3) é uma subsidiária da CSN (CSNA3). Foto: Adobe Stock
O Safra vê o balanço da CSN(CSNA3) como neutro, citando a combinação entre a melhora operacional da empresa e a geração de Fluxo de Caixa Livre muito pior que a esperada. Ontem, a empresa reportou prejuízo líquido de R$ 130,4 milhões no segundo trimestre de 2025, melhora de 41,7% sobre o mesmo período de 2024 e de 82,2% em relação ao prejuízo registrado no trimestre anterior.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira (1), o banco teceu elogios para a evolução do resultado operacional, puxado pela redução de custos e ganhos de eficiência, o que gerou redução do endividamento da empresa, medido pela alavancagem. A CSN reportou um Custo dos Produtos Vendidos (CPV) de R$ 7,9 bilhões no segundo trimestre de 2025, queda de 4,9% na comparação com o trimestre anterior.
As Despesas com Vendas Gerais e Administrativas recuaram 5,7% na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2025, evidenciando o trimestre de corte de custos da companhia. Com isso, a CSN conseguiu reduzir seu endividamento, medido pela alavancagem, de 3,36 vezes no segundo trimestre de 2024 para 3,24 vezes no segundo trimestre de 2025.
A CSN reportou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 2,643 bilhões, baixa de 0,1% sobre o mesmo trimestre de 2024 e alta de 5,3% sobre o trimestre anterior. Segundo a própria empresa, essa melhora trimestral é resultado direto da sazonalidade, com os efeitos positivos da maior atividade comercial do período, e de sua gestão dos negócios ao conseguir compensar a queda do preço do minério e a pressão com o material importado na siderurgia.
Nesse quesito, o grande destaque foi o Ebitda do aço, que ficou 18% acima das expectativas do Safra, que esperava um Ebitda de R$ 493 milhões contra os R$ 581 milhões reportados no ciclo de abril a junho. No entanto, o analista do Safra estima que esse bom desempenho pode sofrer novas ameaças no terceiro trimestre de 2025.
“Esperamos resultados mais fracos para esta divisão no terceiro trimestre de 2025, já que preços realizados mais baixos e embarques potencialmente menores compensam a queda no Custo dos Produtos Vendidos (CPV) por tonelada à vista”, aponta Ricardo Monegaglia, que assina o relatório do Safra.
O analista diz ainda que a companhia decepcionou em outras linhas do balanço, como na geração de Fluxo de Caixa Livre. O indicador é como se fosse a reserva de dinheiro da empresa que pode ser destinada ao pagamento de dividendos. A CSN reportou um Fluxo de Caixa Livre negativo em R$ 2,38 bilhões, 44,2% pior que os R$ 1,65 bilhão esperado pelo Safra.
“Essa piora ocorreu devido ao capital de giro significativamente maior e às elevadas despesas com juros, que mais do que compensaram os menores impostos e investimentos à vista”, diz Ricardo Monegaglia.
Em meio ao prejuízo e fluxo de caixa livre negativo, o Safra manteve sua recomendação de underperform, que é equivalente à venda, para as ações da CSN (CSNA3). O preço-alvo é de R$ 8,30, alta de 4% na comparação com o fechamento de quinta-feira (31), quando a ação encerrou a R$ 7,99.