- Na terça-feira (30), o Banco Central autorizou pagamentos por meio do WhatsApp. A permissão inclui transferências, pré-pago e depósitos operados pela Mastercard e Visa
- Para o banco suíço, a principal beneficiada seria a Cielo. O WhatsApp vai cobrar dos comerciantes uma taxa de 3,99% pelas transações de crédito e débito e a empresa receberá uma parte não divulgada desta taxa
- Por outro lado, o Credit Suisse diz que a solução não seria tão disruptiva no curto prazo para as outras adquirentes do Brasil, como Stone e PagSeguro
Na terça-feira (30), o Banco Central (BC) autorizou a realização de pagamentos via WhatsApp. A permissão inclui transferências, pré-pago e depósitos operados pelas empresas Mastercard e Visa.
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Os serviços estarão disponíveis apenas para pessoas com cartões das seguintes instituições financeiras: Banco do Brasil, Nubank e Sicredi por meio do Mastercard. Outros parceiros devem ser adicionados em breve.
A ferramenta possibilitará tanto o pagamento entre pessoas físicas (P2P), como também para comerciantes (P2B). As transações P2P estarão disponíveis somente para cartões de débito, enquanto as P2B com ambas modalidades.
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Em relatório divulgado aos clientes, o Credit Suisse avaliou como a ferramenta impacta as empresas brasileiras e quem pode ganhar com a chegada da ferramenta no País.
A principal beneficiada seria a Cielo (CIEL3). Segundo o banco suíço, o WhatsApp vai cobrar dos comerciantes uma taxa de 3,99% pelas transações no crédito e no débito. A adquirente não divulgou quanto receberá desta taxa.
“Enquanto as transações entre pessoas física são gratuitas, acreditamos que a Cielo poderá receber uma pequena taxa por essas transações. O fato de o lojista precisar se credenciar junto à companhia para aceitar pagamentos via WhatsApp, significa grande oportunidade para a adquirente fazer vendas cruzadas adicionais”, diz o relatório.
A parceria com o Facebook (que é dono do WhatsApp) é vista pelo Credit Suisse com forte potencial para contribuir de maneira significativa para os resultados da Cielo no curto prazo. No entanto, o contrato com a companhia não é exclusivo. “O acréscimo de outros adquirentes do acordo provavelmente reduziriam significativamente os ganhos potenciais da companhia”, dizem os analistas que assinam o documento.
Companhias menos beneficiadas
Do outro lado, o Credit Suisse diz que a solução não seria tão disruptiva no curto prazo para as outras adquirentes do Brasil, como Stone e PagSeguro. “A adoção de novos meios de pagamento leva tempo. Com isso, as novas soluções não parecem ser uma ameaça de curto prazo, embora ainda seja algo para monitorar”, mostra o report.
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Outro ponto destacado pelo banco é que os serviços de pagamento do Facebook parecem ser especialmente adequados para os pequenos e-commerces. “Os clientes da Stone e do PagSeguro são mais varejistas tradicionais”, diz.
A aposta é que as duas adquirentes podem trabalhar em ambas as frentes em um futuro próximo: com o processamento de pagamentos e a emissão de cartões, sendo esta a mais relevante para o PagSeguro, na visão da instituição financeira.